No dia 29 de março, os servidores do judiciário federal em São Paulo paralisaram suas atividades em defesa da aprovação do projeto que revisa o Plano de Cargos e Salários da categoria e também pela data-base do funcionalismo e pela anulação da reforma da Previdência. A paralisação fez parte de um calendário nacional de mobilização do setor.

Associando a construção da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) ao processo de mobilização da categoria, o Sintrajud aproveitou o momento da greve para propor a eleição de delegados ao Conat, o congresso nacional de trabalhadores. O objetivo era, como afirmou Ana Luiza Figueiredo, diretora do Sintrajud, “eleger companheiros grevistas, companheiros de luta, para representar a categoria no Conat”. O congresso ocorrerá de 5 a 7 de maio, na cidade de Sumaré (SP).

A greve de 24 horas mobilizou os tribunais durante todo o dia. Às 13h, os servidores do TRF e da JF que estavam em frente aos seus prédios na Avenida Paulista aproveitaram que Lula estava almoçando com empresários no prédio da Fiesp, próximo dali, e realizaram um ato contra o governo.

Por volta das 14h30, já com a presença dos servidores em greve dos outros tribunais da capital e também do ABC e interior, teve início a Assembléia Estadual. A assembléia elegeu os 31 delegados que representarão a categoria no Conat e mais seis suplentes.

Os servidores presentes também aprovaram um indicativo de greve de 48 horas para a segunda quinzena de abril, além de apontar que, caso haja força na mobilização, deve-se construir uma greve por tempo indeterminado. Este indicativo deverá ser encaminhado para a Fenajufe para que a mobilização seja nacional.

Ato unificado
Após a assembléia estadual, os servidores mobilizados do judiciário federal se dirigiram para o vão livre do Masp para engrossar o protesto unificado de todos os setores do funcionalismo federal em São Paulo, com as reivindicações: cumprimento dos acordos firmados pelo governo com a categoria em 2005, anulação da reforma da previdência e data-base com 30% já linear e para todos.

O ato foi marcado pelo bom humor e criatividade, com uma performance teatral com personagens representando Lula e o presidenciável tucano Geraldo Alckmin, além da deputada petista Ângela Guadagnin, e sua famosa `dança do mensalão`. O Lula da performance estava com uma penca de bananas e distribuía as frutas aos servidores, mostrando que Lula não dá reajuste, mas uma banana pra categoria. A réplica de Alckmin trazia no pescoço um colar de chuchus.