Na terça-feira (18/10), os trabalhadores da Unicamp cruzaram os braços exigindo isonomia entre as Universidades Paulistas. Diante do aumento da inflação, dos ataques à Universidade Pública, das terceirizações, das punições, represálias, do assédio moral, da quebra da isonomia entre funcionários e docentes, e da política de desvalorização do servidor público, implementados pelo governo Dilma, por Alckimin, pelo CRUESP e pelo Reitor Fernando Costa, mais de 150 trabalhadores decidiram, em Assembléia Geral, pela paralisação, numa disposição que há muito tempo não se via na categoria. Na paralisação, após a negativa e a intransigência do reitor em não dialogar com os trabalhadores, estes, motivados pelos mais profundos sentimentos de indignação e de disposição de luta, entraram em greve.
A luta dos trabalhadores da Unicamp
Historicamente os funcionários e os docentes lutaram unificados nas campanhas salariais, garantindo a isonomia entre as categorias da Unicamp. Entretanto, em 2010, esta isonomia foi quebrada. Um golpe-baixo aplicado aos servidores pelo CRUESP e pelas reitorias das três Universidades sob a alegação de que era preciso uma nova carreira para os docentes.
No mesmo ano, o reitor Fernando Costa implementou, sem abrir o diálogo com os trabalhadores e com o STU, uma carreira que divide os trabalhadores e se fundamenta em processos de avaliação de desempenho, desmonte do serviço público e desarticulação da unidade dos trabalhadores, privilegiando a meritocracia e a concorrência entre os funcionários para obtenção de parcos ganhos salariais. Também, sem qualquer negociação, criou o estágio probatório, um mecanismo de controle perverso que dá poderes para demissão sumária e sem justa causa de servidores com menos de três anos de trabalho.
Não bastasse, numa tentativa de eliminar qualquer possibilidade de organização e luta dos trabalhadores contra todos esses ataques, ao final de 2010 e início de 2011, a Reitoria da Unicamp entrou com processos civis e criminais contra 9 servidores ativistas.
Trabalhadores da Unicamp em greve!
Frente à truculência de Fernando Costa e a quebra da isonomia entre funcionários e docentes, a greve dos trabalhadores da Unicamp se afirma como a única opção para vencer a intransigência da reitoria em negociar, abrindo caminho para a categoria enfrentar os ataques ao movimento e à precarisação do trabalho nas Universidades Paulistas. Ao mesmo tempo, essa disposição de luta deve exigir dos governos federal e estadual a garantia da ampliação das verbas públicas para a Universidade Pública.
Isonomia já: salários e carreiras isonômicas entre as Universidades Paulistas!
Mais verbas para a Universidade Pública: 10% do PIB para educação já!
Abaixo as punições – Lutar é um direito: construir o Comitê Estadual contra as punições!
Em defesa do funcionalismo público e contra as terceirizações!