Plenária no Fórum Social Mundial avançará na organização das lutas e na construção do Congresso dos Estudantes

No dia 30 de janeiro, o Acampamento Intercontinental da Juventude, na Universidade Federal da Amazônia (UFRA), em Belém do Pará, irá sediar a terceira plenária nacional para a construção do Congresso Nacional dos Estudantes. A plenária será mais um passo em um processo iniciado em setembro de 2008, na primeira plenária nacional, convocada pelo diretório central da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para a reunião convocada para o FSM, já estão confirmadas as presenças de dezenas de entidades estudantis; várias executivas de curso e importantes Diretórios Centrais (DCE´s) de universidades federais, como as de Minas Gerais (UFMG), Alagoas (UFAL), Goiás (UFG), Amazônia (UFRA), UnB e estaduais como a do Rio de Janeiro (UERJ), do Pará (UEPA) e a de São Paulo (USP).

A plenária irá ocorrer no momento em que os olhos e a preocupação de todos se voltam para a crise econômica. Por isso, além de discutir a realização do Congresso, os participantes irão debater um plano de lutas para responder aos ataques realizados pelo governo Lula.

Contra o governo neoliberal, unir as lutas no Congresso!
Enquanto dá R$ 160 bilhões aos banqueiros, Lula cortou R$ 1,04 bilhão do orçamento da educação. A política do governo já está clara: vai dar dinheiro para banqueiro e cortar da educação.

Além disso, Lula está atacando nossos direitos à cultura, ao lazer e nossas condições de vida. O governo, por exemplo, já reduziu o direito à meia-entrada para apenas 40% dos bilhetes vendidos em cinemas, teatros, shows e estádios. E, geralmente, os primeiros que estão sendo demitidos nas fábricas são exatamente os mais jovens.

O governo e os patrões irão jogar a crise nas costas da juventude e dos trabalhadores. A plenária que será realizada no FSM é um espaço privilegiado para discutir e armar o movimento estudantil com um calendário de lutas capaz de, desde já, defender a educação e os direitos da juventude.

A resposta imediata aos ataques é fundamental. Entretanto, é preciso que a juventude e o movimento estudantil construam uma resposta a longo prazo, para evitar que a crise dos capitalistas caia sobre as nossas costas.

Nos últimos anos, os estudantes têm protagonizado importantes mobilizações como a ocupação das reitorias da USP, da PUC-SP, da UnB, da Fundação Santo André e realizado dezenas de outras mobilizações, como a luta contra o REUNI. Agora, e diante da crise, será fundamental unificar estas lutas.

Desde que Lula chegou ao poder, a UNE passou com malas e bagagem para o lado do governo. Há muito, o movimento estudantil não tem um congresso nacional que possa, de fato, avançar nas elaborações e armar a juventude para as lutas. É para unificar estas lutas e lutadores que precisamos do Congresso Nacional dos Estudantes.

Precisamos de um instrumento de luta nacional!
A construção do Congresso será, portanto, um passo decisivo e necessário na construção das mobilizações em 2009. Mas não podemos parar aí. Será importante darmos, a partir dos debates do Congresso, um passo adiante na organização das lutas do movimento estudantil.

Neste sentido é muito importante que o Congresso termine na criação de um novo instrumento de lutas do movimento estudantil brasileiro. Um instrumento oposto, na forma e no conteúdo, à falida UNE. Radicalmente democrático, controlado pelas bases e a serviço das mobilizações da juventude. Não há momento mais propício e necessário para essa construção.

Post author Leandro Soto, da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU
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