O país viveu mais uma jornada de caos nos aeroportos do país devido à paralisação dos Controladores de Vôo na sexta-feira passada, 30 de março. Muitos milhares de pessoas foram impedidas de viajar, todas elas passando por um sem número de constrangimentos nos aeroportos de todo o país.

Frente a esta situação, a mídia, sempre subserviente à direita conservadora, vem unânime, pedir punição aos controladores. Alardeiam aos quatro ventos que não se pode deixar passar a insubordinação caracterizada pela insubordinação à hierarquia militar. O Presidente da República que, depois de seis meses sem mover uma palha para resolver o problema, tendo sido obrigado a aceitar as condições exigidas pelos controladores de vôo para que o serviço voltasse à normalidade, agora fala em greve abusiva, irresponsável.

A Coordenação Nacional da Conlutas vem a público manifestar sua total solidariedade aos controladores de vôo. Sua luta era e é justa, pois visa conquistar condições dignas de vida para si e para garantir segurança e qualidade no serviço que prestam ao país, controlando o tráfego aéreo.

Irresponsáveis foram as autoridades, a começar pelo Presidente da República, que diante de problema tão grave envolvendo as condições de trabalho dos controladores trazidas a público há meses, das denúncias de insegurança e sucateamento dos equipamentos, da carga excessiva de trabalho, nada fizeram para resolver o problema. Errado não é ter quebrado a hierarquia militar. Errado é preservar esta instituição medieval e antidemocrática, que não pode e não deve estar acima dos direitos das pessoas.

Rechaçamos toda e qualquer hipótese de punição aos controladores de vôo em função do movimento que fizeram. E toda e qualquer tentativa de retomada do debate sobre a mal-chamada “regulamentação do direito de greve” através da qual o governo pretende restringir ainda mais as condições para que trabalhadores possam utilizar este direito assegurado na Constituição Federal.

Colocamo-nos à disposição dos controladores de vôo para apoiá-los em sua luta. E conclamamos os companheiros a assumirem também, conosco, a luta em defesa das demandas de seus irmãos trabalhadores de todo o país.

São Paulo, 2 de abril de 2007

Coordenação Nacional da Conlutas

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