Aumentaram as acusações de estupro contra os soldados da Minustah, a força de ocupação da ONU liderada pelo Brasil. As denúncias partem de organizações de defesa dos direitos humanos do Haiti. Relatórios das entidades feministas Enfofanm e Sofa constatam inúmeros casos de abusos por parte dos “capacetes azuis”.

Três soldados paquistaneses já foram presos por estuprarem uma jovem haitiana. As acusações recaem sobre soldados de todas as nacionalidades envolvidas na ocupação militar. Um soldado argentino foi acusado de assédio sexual na zona de Gonaives. Até mesmo um militar brasileiro está sendo acusado de estupro. Ele teria abusado de uma haitiana na periferia de Porto Príncipe.

A prática de estupros é recorrente e generalizada em missões militares da ONU em todo o mundo. No Haiti, a situação de miséria extrema da maior parte da população facilita os abusos dos soldados das Nações Unidas. Relatório da Sofa relata da seguinte maneira a relação entre tropas e a população: “eles estão olhando para os haitianos como se fossem cães sem dono”.