O Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Goiânia e Região (Sindialimento) celebrou no dia 31 de julho a vitória que teve na Justiça. A entidade foi reconhecida como representante legítima dos trabalhadores do ramo. A dura batalha de três anos deu resultados. O desafio, agora, e consolidar a nova entidade.

Desde que trabalhadores da Quero, empresa de Nerópolis, iniciaram um movimento de oposição ao Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Alimentícia (STIA), que representava a categoria, o movimento vem se construindo. A partir de então, foram várias dificuldades, como a demissão política de sindicalistas. O antigo sindicato também fez de tudo para que seus interesses não fossem prejudicados. Inclusive, se unir aos patrões em perseguições e calúnias.

Foi necessário propor outra organização. Afinal, o STIA não fazia eleições, ou elas eram manipuladas. Na última eleição, apenas 300 pessoas, entre mais de 20 mil trabalhadores, puderam votar. Teve até coerção das empresas para as pessoas votarem. A oposição não teve a menor chance de montar chapa.

Mas estas coisas não desanimaram os trabalhadores que fundaram o novo sindicato em 2007. Desde então, a participação em campanhas salariais e mobilizações por melhores condições de trabalho se tornaram rotina. O novo movimento operário goiano conseguiu passar pelos primeiros testes.

Agora é tocar as demandas da categoria. A inflação come os salários. A reposição só acontece na base da pressão. O banco de horas, que obriga muita gente a fazer hora-extra de graça, também é outro problema. Mas a nova entidade já nasce com gente experimentada na luta, que agora tem o reconhecimento da Justiça.