Cerca de três mil servidores públicos marcharam em Brasília contra o descaso do governo Lula com a categoria e o descumprimento dos acordos firmados em 2005. Convocado pela Cnesf (Coordenação Nacional das Entidades do Serviço Público Federal), a marcha foi até agora a maior manifestação do funcionalismo contra o governo Lula e sua política de sucateamento dos serviços públicos.

Medidas Provisórias não contemplam reivindicações
Apesar dos recentes anúncios das Medidas Provisórias do governo, divulgadas no dia 29 de maio, contemplando uma pequena parte dos acordos, a greve continua. As MP´s contemplam apenas uma parte do funcionalismo: servidores do Banco Central, fiscais agropecuários, técnicos de laboratórios do Ministério da Agricultura, servidores da Ciência e Tecnologia, professores de ensino superior, docentes de 1º e 2º grau e os trabalhadores do Departamento Nacional de Auditoria do SUS.

No entanto, nem mesmo essas MP´s atendem integralmente os acordos para os setores envolvidos. O Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional), por exemplo, orientou a continuidade da greve. O governo atendeu apenas os docentes e deixou de fora os Técnicos Administrativos em Educação, além de outros pontos do acordo que foram descumpridos.

Da mesma forma, os 290 mil servidores do PCC (Plano de Classificação de Cargos) continuam com os acordos descumpridos.

Durante a manifestação no dia 1º, o ministério da Casa Civil e a Secretaria Geral da Presidência da República, após pressão dos servidores, receberam uma comissão da CNESF que levou as reivindicações da categoria.

Mobilização cresce em São Paulo
No estado, além dos servidores da Funai, Agricultura e Ibama, também entraram em greve por tempo indeterminado os funcionários do Incra. Já a paralisação de 24 horas dos servidores da DRT teve ampla adesão em todo o estado. Além da capital, servidores de quase 20 cidades do interior e litoral paralisaram suas atividades no dia 31 de maio.

Além disso, os servidores da Marinha Mercante de Santos, que marcaram paralisação de 48 horas entre os dia s 30 e 31, estenderam o movimento até o dia 5 de junho, apesar das pressões e ameaças para que voltem ao trabalho. O setor é responsável pela liberação das mercadorias exportadas e sua paralisação afeta grandes empresas. Os servidores realizam assembléia no dia 5 para avaliar a paralisação e decidir os próximos passos do movimento.