Ao contrário do que tentou passar a grande mídia, o governo não concedeu aumento aos servidores públicos este ano. Mais que isso, além de não conceder reajuste, o governo editou uma série de medidas provisórias que deveriam cumprir os acordos firmados com a categoria, mas que na verdade escondem uma série de ataques. Os servidores organizam agora uma jornada de mobilizações contra mais este recente ataque, além da campanha salarial 2007.

O Opinião Socialista conversou com Beth Lima, dirigente do Sindsef-SP (Sindicato dos Servidores Públicos Federais de São Paulo) e diretora pela oposição da Condsef (Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais).

OS – O que os servidores farão com relação às MP’s editadas pelo governo?
Beth Lima – As medidas provisórias foram editadas de forma unilateral e autoritária pelo governo. Representam um verdadeiro ataque a vários direitos da categoria e ao serviço público em geral. Na última plenária da Cnesf definimos um calendário de mobilização contra esses ataques, exigindo do congresso a aprovação das emendas encaminhadas pelas entidades dos servidores a fim de anular os efeitos perversos das MP’s. No próximo dia 2 de setembro teremos as plenárias nacionais setoriais, no dia 3 a plenária nacional dos servidores e no dia 5 um grande ato público em Brasília. Será a primeira atividade realmente unificada da campanha salarial.

OS – Como está a preparação dessas mobilizações?
Beth – Estamos organizando caravanas para participar tanto das plenárias quanto do dia nacional de luta, no dia 5. É importante que todos os servidores federais compareçam em suas assembléias nos estados, propondo a participação da categoria nessas atividades. Não podemos esperar que as direções sindicais governistas ligadas à CUT assumam essas tarefas. Todos os ataques do governo só foram possíveis devido ao imobilismo dessas direções.

Para impulsionar uma mobilização vitoriosa, temos que construir nossas lutas desde a base, propondo a unificação de todos os setores em luta. Além disso, é importante fortalecer a Cnesf como um espaço para organizarmos nossas lutas e, desde já, preparar nossa campanha salarial 2007.

OS – Por que lançar a campanha salarial do próximo ano agora?
Beth – Porque a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias ocorre agora em outubro. Temos que garantir desde já o reajuste aos servidores no orçamento do próximo ano.

É necessário também, junto com essa mobilização, incluir a discussão sobre o pagamento da dívida pública em detrimento dos investimentos no serviço público.

Todos nós sabemos que a União tem dinheiro. O problema é que todos esses recursos vão para pagar os juros da dívida pública aos grandes banqueiros. Então, é necessário que façamos a disputa pela consciência das massas para lutarmos contra o pagamento da dívida pública, para que tenhamos recursos tanto para o reajuste aos servidores como para o atendimento das reivindicações gerais dos trabalhadores.
Post author Da redação
Publication Date