PSTU-SE

Ação é reflexo da política de lei enviada por Sérgio Moro ao Congresso, que libera policiais a atirarem em qualquer circunstância

Mais uma pessoa morreu vitima da violência policial contra os pobres e negros de nosso país. Foi nesse dia 8 de abril, e ocorreu na periferia de Aracaju em Sergipe, tendo como vítima o designer de interiores Clautênis José dos Santos, 37 anos.

Depois de sair à noite da Casa Paroquial, no bairro Bugio, em Aracaju, a vítima pediu um veículo de aplicativo com destino à cidade vizinha de Barra dos Coqueiros, onde residia, quando foi abordado por policiais civis. No carro estavam, além da vítima, um amigo e o motorista.

Minutos depois de cruzar a ponte entre o Conjunto Bugio e Bairro Santos Dumont uma caminhonete encostou à esquerda do nosso carro e gritaram: ‘pára, pára, pára’. Nós estávamos no banco de trás e pensamos que era um assalto, nos agachamos, o motorista baixou o vidro e eles começaram a atirar. Foi muito tiro, muito tiro”, contou o amigo da vítima que estava ao lado e foi o único que não se feriu. O motorista também foi alvejado pelos tiros dos policiais civis, mas sobreviveu.

Ate agora, a única fala da polícia foi de que tem recebido denúncias de condutores de aplicativos que são vítimas de roubo na região. As denúncias de roubo em nada justificam este tipo de abordagem.  Os três policiais envolvidos estão afastados das suas funções até o final das investigações, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE).

Este caso em Aracaju se soma a tantos outro no país, mas também ao caso ocorrido no Rio de Janeiro, nesse dia 7, quando soldados do Exército brasileiro fuzilaram uma família com mais de 80 tiros, em Guadalupe, área pobre na Zona Norte do Rio de Janeiro. No carro havia uma família que estava indo para um chá de bebê.

Ambos os casos são resultado da guerra desatada pela burguesia e governos contra os explorados de nosso país. Neste sentido, tanto o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), que deu apoio a Haddad (PT), como o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PSL), tem responsabilidades na implementação destas políticas. Recentemente, o ministro da Justiça de Bolsonaro, Sérgio Moro, enviou um pacote “anti-crime” ao Congresso que libera os policiais a atirarem em qualquer circunstância, reforçando a impunidade e dando sinal verde para o aumento do genocídio da juventude pobre e negra.

Não se pode aceitar e tolerar este tipo de situação. A maior parte das vítimas destes casos é de pobres e negros das periferias, que são o principal alvo desta guerra social contra os pobres. Por isto, deve-se exigir a investigação e punição de todos os envolvidos, além de seguirmos denunciando e exigindo o fim desta guerra social aos pobres. E fazemos ainda um chamado aos policiais, que sofrem cotidianamente com o assédio moral de seus superiores além de soldos de miséria, que se recusem a atirar e matar seus irmãos pobres e trabalhadores.