Caminhada no centro do Rio
Samuel Tosta

As mulheres não vão pagar por esta crise!No dia 6 de março, sexta-feira, cerca de 400 pessoas se reuniram numa passeata. A caminhada foi da Candelária até a Cinelândia, como parte das manifestações pelo Dia Internacional da Mulher. O eixo foi “Mulheres contra a violência e a crise econômica”.

Reunindo diversas correntes políticas e setores do movimento feminista, como a Conlutas, CUT, CTB, MST, PSTU, PSOL, PT, PCdoB, Marcha Mundial de Mulheres, o ato teve caráter de denúncia dos efeitos da crise econômica sobre a vida das mulheres trabalhadoras. São as mulheres as primeiras a pagar a conta dos patrões nesta crise, com demissões, perdas e flexibilização de direitos, cortes de gastos sociais e o aumento da violência doméstica.

O Movimento Mulheres em Luta esteve presente com diversas entidades e intervenções, denunciando o governo Lula que liberou R$ 160 bilhões para banqueiros e empresários e cortou verbas da Secretaria Especial de Políticas para as mulheres como forma de combater a crise. Resgataram-se os últimos acontecimentos relacionados à crise, como as demissões de 4.200 trabalhadores da Embraer e a MP do TRT que eliminou estas demissões.

Vera Nepomunceno, falando pelo PSTU, propôs a votação de uma moção em apoio aos trabalhadores da Embraer contra as demissões e pedindo a sua reintegração. Mulheres e homens levantaram os braços em solidariedade a estes trabalhadores entoando a palavra-de-ordem “Ô, ô, ô Lula, que papelão, tem dinheiro pra banqueiro e para a mulher só demissão”.

O ato do Rio de Janeiro demonstrou que a unidade entre diversos setores dos movimentos populares e centrais sindicais para combater a crise não só é possível como possibilita neste momento de crise capitalista a luta pela destruição deste sistema exploratório e opressor e a construção de uma sociedade mais justa, igual para todas e todos. Uma sociedade socialista.

Enquanto isso nas categorias
Neste mês de março, várias entidades ligadas à Conlutas estão realizando debates, atividades e atos em função da passagem do Dia Internacional da Mulher, contra a crise e seus efeitos sobre as mulheres.

O Sindpetro-RJ realizou um ato na porta do Edise, no centro do Rio, pela licença-maternidade de 180 dias. O sindicato já reúne mais de mil assinaturas de homens e mulheres da categoria, exigindo da direção da empresa e do governo a licença, com extensão da licença-paternidade para 30 dias e para todas as mulheres da empresa, efetivas ou terceirizadas.