Ao som da palavra-de-ordem “A Conlutas é pra ação, está surgindo uma nova direção!”, os bancários de Rio Grande Norte, junto aos apoiadores de outros estados – como São Paulo, Maranhão e Bahia – gritavam na quadra do colégio Maristela, em Natal.

No último dia 14, A Chapa 1 – Independência e Luta – venceu, por 59,89%, a chapa 2, da Corrente Sindical Classista (CST), ligada ao PCdoB, e da Articulação, corrente majoritária do PT, que obteve 35% dos votos. Os votos em branco totalizaram 1,27%, e os nulos, 2,67%. Após o presidente da comissão eleitoral anunciar a vitória, os membro da Chapa 1, junto com os militantes da categoria e os apoiadores comemoraram gritando: “Fora pelegada, pelegada fora! Fora pelegada, que chegou a tua hora!”.

Foram 3 meses de intensos debates e reuniões nos bancos e no conjunto da categoria, que tem uma extensão estadual. Os debates se pautaram no tema da mesa única, na isonomia, nas formas de enfrentar os banqueiros e as reformas do governo, etc.

A chapa 2, de oposição, tentou, durante todo o processo, intimidar os trabalhadores bancários com xingamentos, ofensas e até agressões físicas. Estas foram respondidas à altura, mas a melhor resposta quem deu foi a categoria bancária ao depositar voto na Chapa 1.

A cada anúncio dos resultados parciais das urnas, com a maioria esmagadoras dos votos para a Chapa 1, um solitário militante da CUT – central chapa branca do governo – gritava “central única dos trabalhadores”. Ao final, ele saiu de cabeça baixa, mostrando o isolamento, na categoria, das posições dessa central.

Do outro lado, a cada urna aberta, era uma explosão de alegria da Chapa 1. Das trinta urnas, a Chapa 1 só perdeu em três, mostrando a adesão esmagadora à chapa que teve o apoio da Conlutas.

Liceu, coordenador geral do sindicato, concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal do PSTU, que publicamos abaixo.

Portal do PSTU – Qual a importância dessa vitória?
Liceu – É o reconhecimento da categoria à nossa gestão, que foi uma gestão que se enfrentou com a política da Contraf-CUT. Ao votarem em nossa chapa, os bancários do Rio Grande do Norte disseram categoricamente que estamos no rumo certo e não aceitam sindicato chapa-branca. E isto tem um significado muito grande, porque nos dá respaldo para continuar lutando por um sindicato independente dos governos e dos banqueiros.

Qual é a perspectiva para a próxima gestão?
Vamos continuar lutando em defesa dos bancários e dos trabalhadores em geral. E isto se dará continuando a luta contra a mesa única de negociações nas campanhas salariais, que têm significado perdas para os bancários. Estaremos juntos com outros sindicatos que resistem à política governista da Contraf-CUT, construindo alternativas que tragam ganhos para a categoria. Além disso, iremos fortalecer as lutas nacionais e locais contra as reformas neoliberais do governo Lula, que significam mais ataques aos trabalhadores. E o nosso sindicato estará na linha de frente da defesa da classe trabalhadora brasileira. Como parte disso, enviaremos uma delegação de bancários para participar do Encontro Nacional contra as reformas, no dia 25, para que possamos armar nossa classe contra essa tentativa de ataque.