O governo e o PT não estão medindo esforços para tentar impedir a CPI dos Correios. O presidente nacional do PT, José Genoino, admitiu que a direção nacional do partido, mesmo depois da reunião do fim de semana, está pressionando os parlamentares petistas para que eles retirem seus nomes do pedido de CPI dos Correios. Há 19 deputados petistas entre os signatários do pedido de CPI no Congresso. O número total de assinaturas foi de 49 senadores e 217 deputados, bem mais do que necessário para a abertura da comissão.

A primeira orientação do partido era para que os parlamentares não assinassem o documento. Agora que alguns assinaram, a medida da direção petista será de tentar “convencer“ os deputados a retirarem seus nomes. Sobre o “convencimento”, Genoíno diz que “estamos conversando com cada um, na base dos argumentos, na base de mostrar que esta CPI é um instrumento da oposição“.

``GenoinoO Diretório Nacional do PT aprovou no dia 21 uma resolução de repúdio ao que considera uma campanha orquestrada por setores da oposição com objetivo de “inviabilizar o governo Lula“. A resolução foi aprovada por 47 votos. Outras duas resoluções tiveram 19 e 2 votos, respectivamente. A resolução aprovada ressalta que o governo tem agido corretamente no caso de corrupção nos Correios.

No documento proposto inicialmente pela maioria do Diretório Nacional do PT, havia um trecho que “recomendava“ a retirada das assinaturas, que acabou sendo suprimido da resolução final. Se o partido tivesse aprovado esse posicionamento, quem desobedecesse estaria sujeito a punições. Porém, Arlindo Chinaglia (SP) disse que o fato de o PT não fechar o posicionamento sobre a CPI não libera os parlamentares petistas para apoiá-la.

Vale-tudo
A operação para impedir a CPI vai além das resoluções internas do PT para pressionar seus parlamentares. O Palácio do Planalto mobilizou ministros e líderes dos partidos aliados para uma ofensiva contra a CPI nesta semana. Sete ministros que acompanhariam Lula à Coréia do Sul e ao Japão, entre eles José Dirceu, ficaram no Brasil para discutir qual será a estratégia para barrar a CPI.

Além disso, a pressão sobre as bancadas incluirá desde ameaças em torno de cargos federais ocupados por indicados dos deputados, passando pela promessa de novas indicações, chegando a acertos para liberação de verbas das emendas que os congressistas fazem ao Orçamento da União.

O motivo do corre-corre é que o governo tem até quarta-feira, dia 25, para sua operação abafa, já que nesse dia haverá uma sessão do Congresso para a criação da CPI.