Desde quinta-feira, 19 de abril, os trabalhadores rodoviários de Belém, Ananindeua e Marituba deram grande demonstração de disposição para lutar e defender os seus interesses, mas a patronal está muito intransigente e quer demitir os rodoviários grevistas por considerar a greve ilegal.

As prefeituras, junto às empresas, acertaram um aumento de 16% no valor da tarifa de ônibus urbano depois de concederam milhões de isenções fiscais todos esses anos. É mais do que justa a pauta de reivindicações de reajuste salarial e a redução da jornada de trabalho. Essa luta contra a precarização das condições de trabalho em rodoviários da grande Belém está em consonância com a luta contra a reforma trabalhista aprovada ano passado.

Nessa disputa dos trabalhadores com o empresariado do transporte, mais uma vez se prova que a justiça é burguesa e tem sempre um lado. Os trabalhadores rodoviários de Belém, Ananindeua e Marituba não se intimidaram diante das ameaças feitas pela decisão arbitrária do TRT, por meio da desembargadora Francisca Formigosa, que determinou abusividade do movimento paredista e ordenou que a categoria tornasse às atividades normais. Há boatos de demissão em massa já nessa segunda, 23 de abril.

A justiça burguesa foi rápida para punir a greve, mas para resolver os calotes que o trabalhador leva, ela é lenta. Lenta para punir os assassinos de Marielle, para descobrir quem mata e manda matar os jovens negros e negras das periferias. Por isso, para derrotar essa justiça dos ricos, é preciso continuar a greve até o fim, a vitória dos rodoviários é decisiva enquanto vitória de todos os trabalhadores.

Os empresários de ônibus são corruptos. A Lava Jato faz sérias investigações contra o setor em dois estados: Pará e Rio de Janeiro. Para acabar com essa mamata, é preciso prender todos os corruptos e corruptores, de Lula a Aécio e Temer, ninguém deve ficar solto, eles têm que devolver o dinheiro roubado.

É preciso que exijamos da Justiça o respeito às bandeiras do movimento sindical de transportes: nenhuma demissão, nenhum corte de ponto, nenhuma multa em relação a cada dia de greve ao sindicato.

Não dá para resolver o problema do transporte público, em nenhum de seus aspectos, sem inverter essa lógica regida pelo lucro. Isso significa estatizar, sem qualquer indenização, todo o sistema de transporte, revertendo o que hoje vai de lucro às empresas e acionistas, para a melhoria e expansão do serviço à população e das condições de seus trabalhadores. Estatizar, contudo, sob o controle dos trabalhadores, que é quem conhece de fato os problemas e necessidades da grande maioria da população.

Para reverter a situação precária do transporte e acabar com o caos cotidiano no qual são submetidos milhões de pessoas, é preciso aumentar investimento do Estado. Segundo estudo do Ilaese (Instituto Latino-Americano de Estudos Sócio-econômicos), seria necessário investir o equivalente a 2% do PIB em transporte público de massa, como trens e metrôs, para resolver de fato essa situação.

Por fim, o subsídio que hoje vai para os bolsos das grandes empresas, deveria ser revertido para subsidiar as passagens do transporte. Se é possível de imediato reduzir as tarifas atacando os lucros das grandes empresas, esse subsídio estatal poderia cobrir os custos de operação, zerando a passagem.

Investimento público e a estatização do transporte é, assim, uma luta que deve ser encampada tanto pelos usuários do serviço quanto pelos trabalhadores, como os rodoviários e os funcionários em greve do Metrô.

Nós do PSTU, achamos que essa luta só poderá realmente ser vitoriosa caso tenhamos uma grande rebelião socialista que comece com uma nova greve geral de nossa classe trabalhadora para impedir a reforma da Previdência e exigir o fim da reforma trabalhista! Fora Temer, Fora todos corruptos! Chamamos a CUT, a CTB, a Força Sindical e demais centrais para essa luta.

Total apoio aos trabalhadores rodoviários de Belém, Ananindeua e Marituba bases dos Sindicatos STTREPA e SINTRAM.