Na noite desta sexta-feira, 14, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), lançou a pré-candidatura do vereador de Belém, Cleber Rabelo, ao governo do Estado do Pará. Mais de 300 pessoas participaram do lançamento que aconteceu na Câmara Municipal de Belém. Entre os presentes, líderes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e do Partido Comunista Brasileiro (PCB). A necessidade de construção de uma candidatura que defenda os interesses dos trabalhadores se fez presente em todas as falas que, inclusive, ressaltaram a importância de uma frente de esquerda como alternativa nas próximas eleições.

O servente de ferreiro Cleber Rabelo nasceu em Bacuri (MA), mas mora no Pará há quase 20 anos, entre Barcarena e Belém. O atual dirigente estadual do partido já concorreu ao governo do Estado em 2010 e recebeu mais de 41 mil votos. Eleito vereador de Belém em 2012, já apresentou projetos como a redução dos salários dos vereadores e prefeito, Passe-livre para estudantes e desempregados e reserva de 15% de vagas para mulheres operárias da construção civil nas obras da prefeitura (Lei 9.037/2013). Seu mandato, ao lado das principais lutas dos trabalhadores de Belém, foi ressaltado pelo vereador Fernando Carneiro (PSOL). “Eu que convivo com o Cléber aqui na CMB, sei que ele é um dos melhores e mais respeitados vereadores da casa que não se curva à institucionalização da hipocrisia”, disse. “O PSTU está muito bem representado com essa pré-candidatura que é importante e legítima”, finalizou o parlamentar.

Jatene, que covardia! No Pará, o povo não tem moradia!
Contraditoriamente, o Estado do Pará que é uma das maiores potências mineradoras do mundo, também é o que possui o município com o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país: Melgaço. O déficit habitacional do estado é de mais de 200 mil habitações, enquanto a especulação imobiliária só aumenta. Além disso, cerca de 40% dos trabalhadores recebem até um salário mínimo por mês e comprometem quase metade da sua renda para garantir os 12 itens da cesta básica.

Francisco da Silva, filiado e ativista da luta por moradia do município de Parauapebas denunciou a realidade do município e lembrou o protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas na frente do hotel em que o atual governador Simão Jatene se hospedou na última visita: “A população está revoltada. Antes eram 4 movimentos por moradia, agora são 22 e vamos apoiar a candidatura do Cléber porque confiamos no programa do PSTU”, afirmou. Também fizeram falas ativistas e militantes do partido de municípios como Marabá, Santarém, Tucuruí, Ananindeua e Barcarena.

Além de denúncias das péssimas condições de vida dos trabalhadores do interior e da capital, também ficou registrado a importância das lutas que o PSTU vem travando nas ruas, como nas jornadas de junho do ano passado. A coordenadora da subsede de Barcarena do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Pará – SINTEP, Vera Lúcia Campos, lembrou que além do parlamento o PSTU está nas ruas e é por isso que vem crescendo no município: “O Cléber é um operário que está nas lutas do dia-a-dia da classe trabalhadora e, com certeza, não vai nos decepcionar. É por isso que vamos apoiar essa campanha desde já”.

“E no Pará eu quero ver frente de esquerda acontecer!”
Atualmente, o governo do estado está nas mãos do PSDB que já se organiza para concorrer no próximo pleito. Além dele, o filho de Jader Barbalho, Helder Barbalho, também lança o seu nome pelo PMDB que deverá contar com o apoio do PT. Ou seja, o estado continuará a sofrer com a falta de transporte público de qualidade, de hospitais e escolas. É por isso que o PSTU compreende a necessidade de apresentar uma alternativa aos trabalhadores. Defendemos uma Frente de Esquerda composta por nós, PCB e PSOL com um programa que atenda o real interesse dos trabalhadores e combata a criminalização dos movimentos sociais, o machismo, racismo e homofobia.

A pré-candidata ao governo pelo PSOL, Araceli Lemos, esteve na mesa e reafirmou a importância da frente: “Sabemos que o nosso povo precisa de uma frente de esquerda que pode ter o nome do Cleber, o meu ou de outro lutador, porque temos a obrigação de tirar os trabalhadores das mãos destes que só nos exploram há anos. Nós, do PSOL, estamos abertos para continuar uma conversa para lutar juntos não só nas eleições, mas pela revolução brasileira”, concluiu.

Para finalizar a atividade, o pré-candidato Cléber Rabelo, fez um chamado para a mobilização. Os números são categóricos: enquanto mais de 40% do dinheiro do país é repassado para banqueiros, menos de 5% é destinado para a educação e menos de 1% para moradia. Para ele, o motivo das mazelas sociais não está na falta de dinheiro, mas na falta de compromisso: “Tem dinheiro para a Copa e para o mensalão, mas não tem para a educação e transporte? A verdade é que esses governos estão comprometidos com os empresários que financiam suas campanhas e não com os trabalhadores que pagam seus salários. É por isso que queremos um programa que defenda os trabalhadores e não receba nenhum financiamento de empresas privadas. Queremos uma campanha financiada pelos trabalhadores”, afirmou. Além do não financiamento por empresários, o PSTU também chama uma frente que respeite as representações de cada partido.

É possível lutar e é possível vencer!
Com as jornadas de junho a juventude e os trabalhadores provaram que só a luta organizada é capaz de arrancar conquistas. Em 2014 o desafio é maior. E a atividade desta noite deu mais ânimo para os ativistas se organizarem contra as injustiças da Copa e das eleições burguesas. Apenas com a mobilização permanente da classe trabalhadora é possível mudar a realidade e construir uma sociedade sem exploração e opressão. “Os trabalhadores não vão mais baixar a cabeça e em 2014 vamos lutar e torcer pelo Brasil: por um Brasil com escolas, saúde e educação. Com transporte e, principalmente, sem exploração!”, finalizou Cleber.

ACESSE o blog do vereador Cleber Rabelo