Uma pesquisa realizada por especialistas da UnB e da Uerj mostrou que a maioria das mulheres que abortam são católicas, ou seja, além de enfrentar os riscos à saúde e a perseguição do Estado, ainda têm de conviver com a hipocrisia da Igreja à qual dedicam“Se o papa fosse mulher, o aborto seria legal”. Com essa palavra-de-ordem, teve início o protesto na Praça da Sé, em frente à Catedral, nesta segunda-feira, dia 28. Após um rápido ato, cerca de 150 pessoas fizeram uma caminhada pelas ruas do centro velho de São Paulo, exigindo a legalização do aborto.

A passeata, convocada pela Frente Contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto, reuniu a Marcha Mundial de Mulheres, as Católicas Pelo Direito de Decidir e o Movimento Mulheres em Luta, da Conlutas, entre outros. Havia representantes de vários partidos políticos, como PT, PCdoB, PSOL, PSTU e de organizações como LER-QI.

Com faixas e cartazes, elas afirmaram que “nenhuma mulher deve ser impedida de ser mãe. E nenhuma mulher pode ser obrigada a ser mãe!”.

O Movimento Mulheres em Luta, da Conlutas, que faz parte da frente, lançou um manifesto. No texto, afirma que “quem de fato nega o direito a maternidade às mulheres trabalhadoras hoje é o Estado, que não garante as mínimas condições necessárias para as mulheres que querem ter filhos, como emprego, salário igual para trabalho igual, moradia, creches, licença-maternidade de no mínimo seis meses obrigatória, assistência médica e educação de qualidade. É esse mesmo Estado que se coloca no direito de criminalizar as mulheres que optam por interromper a gravidez”.

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