Partido irá lembrar desocupação dos moradores do Pinheirinho e condições de trabalho dos operários das grandes obras, além da denúncia da corrupção e dos lucros das construtorasNesta quinta, 17, o PSTU irá exibir em rede nacional o seu programa semestral de cinco minutos. O partido irá mostrar exemplos de injustiça social, que seguem ocorrendo no país, mesmo com o crescimento da economia nos últimos anos. Cenas da desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos, irão abrir o programa. A ação policial, em 22 de janeiro, expulsou milhares de famílias e a violência provocou a morte de um morador, de 70 anos.

“O que aconteceu no Pinheirinho foi uma grande injustiça. Em nome de uma só pessoa, o especulador Naji Nahas, milhares até hoje não têm onde morar”, diz Toninho Ferreira, de São José dos Campos, uma das lideranças do partido que participam do programa. O vídeo ainda relembra outros moradores até hoje abandonados pelos governos, como os que perderam suas casas nas chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro e alerta para as centenas de famílias que poderão perder suas casas, em nome das obras da Copa do Mundo.

O partido procura demonstrar que o crescimento da economia nestes últimos anos tem priorizado os lucros das grandes empresas, enquanto exige cada vez mais dos trabalhadores. Um exemplo citado é o dos operários das grandes obras, como os estádios da Copa e das usinas de Jirau e Belo Monte. “Nestes lugares, os trabalhadores são tratados quase como escravos. Sequer podem visitar as famílias”, denuncia Cleber Rabelo, operário da construção civil do Pará.

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Corrupção – Contrastando com as condições de trabalho dos operários, as construtoras estão tendo lucros fabulosos com as grandes obras. O partido irá denunciar como estas empresas financiam os políticos e depois são convidadas para obras. Para isso, irá exibir gravações de conversas de Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta, construtora com mais contratos junto aos governos e que está no centro de um escândalo de corrupção. As relações com o governador Sergio Cabral e o prefeito Eduardo Paes também fazem parte do programa.

O presidente nacional do PSTU, Zé Maria, encerra o programa, apontando as contradições do crescimento econômico: “É preciso enxergar o que está acontecendo na vida real. Basta olhar em volta para ver as injustiças”. Ele questiona o governo Dilma, que tem priorizado o lucro das grandes empresas e dos bancos. “O Brasil segue sendo um país injusto. Para começar a mudar esse país, é preciso mudar essa política econômica. Não dá para governar para todos”, conclui.