Pela reintegração imediata de Ana Paula!Ganha peso na categoria à campanha contra a demissão da companheira Ana Paula Aramuni, ex-cipeira do Terminal de Cabiúnas. Ela é técnica química da Transpetro há cinco anos e mãe de quatro filhos.

Sua trajetória política começou em 2008, em uma greve nacional da categoria que ficou conhecida no NF como a “greve pelo dia de desembarque”. A companheira com poucos meses de companhia, destacou-se como vanguarda das lutas e desde então passou a ser seguida de perto pelos serviços de inteligência da companhia (GAPRE-SE, antiga DIVIN). Após esse episódio, a companheira foi eleita duas vezes para a CIPA do terminal, onde desenvolveu um forte trabalho em defesa da saúde e da segurança dos trabalhadores.

Aderiu formalmente à oposição petroleira na convenção de chapa realizada em novembro de 2010, juntamente com outros companheiros independentes e dezenas de cipeiros combativos. No último período a companheira foi eleita delegada ao congresso da CSP-Conlutas.

O processo de perseguição à companheira Ana Paula não pode ser dissociado do processo geral de criminalização dos movimentos sociais em curso na Petrobras no NF, desde a greve de 2009, quando foram punidos 89 trabalhadores, sendo desembarcados quatro trabalhadores da plataforma PRA-1; realizadas inúmeras transferências arbitrárias e a tentativa de desembarque vários companheiros, que buscaram refúgio nas CIPAs recém criadas pelo Anexo 2 da NR-30.

Após as eleições do sindicato, em que a oposição obteve um excelente resultado (44,7% dos votos), iniciou-se um processo da empresa e gerentes ex-sindicalistas contra membros da Oposição, juntamente com a punição coletiva da base de Cabiúnas, após o “Trancaço” realizado na campanha salarial de 2011. Foram punidos, também, o companheiro Mateus e o conselheiro fiscal do sindipetro Cláudio Nunes, receberam suspensões de sete e vinte nove dias, respectivamente.

A denúncia de Assédio Moral Coletivo levou a procuradora regional do trabalho de Cabo Frio a realizar uma visita ao terminal de Cabiúnas, no dia 15 de fevereiro, impedida pela Petrobras. Logo após a tentativa de visita é postada uma ameaça de morte em sua caixa de correio com os dizeres “Aninha, se você não parar a gente vai parar você pra sempre”.

No dia de sua inscrição ao Conselho de Administração da Transpetro (4 de maio, sexta feira), à tarde, Ana Paula recebe a notícia da sua demissão por justa causa, sendo-lhe negado o conhecimento do motivo da demissão.

Dirigentes sindicais votam com a empresa
Um dos fatos mais impressionantes desta campanha é que na reunião da comissão eleitoral no dia 10 de maio que deliberou pela impugnação da candidatura de Ana Paula ao Conselho de Administração, sob a alegação de que ela não fazia parte do quadro de funcionários, votaram pela impugnação os representantes da Empresa, e junto com eles o do Sindicato de marítimos e os dirigentes da FUP (o representante do Sindipetro Caxias votou a favor e o do Sindipetro Unificado de SP se absteve). O único voto contra a impugnação foi o do representante da FNP/Sindipetro RJ “Marquinhos”. Não pode existir outro nome para atitude dos representantes da FUP na comissão eleitoral do que: traição

Campanha e mobilização na base
No dia 10 foi realizada agitação pela Oposição de Caxias “União dos Petroleiros” na REDUC e no TECAM, com a presença da Ana. Ao meio dia foi realizada agitação política em frente a sede da Transpetro, com a presença do Agnelson e do Emanuel Cancela. Os diretores do Sindipetro RJ foram impedidos por seguranças de entrar no prédio. À tarde Ana Paula esteve no TABG, coletando assinaturas.

No dia 11, aniversário de trinta anos do terminal de Cabiúnas, foi realizado Atraso de turno no terminal, com a presença de Ana Paula, dos sindicatos da FNP e do representante do Sindipetro RJ Clayton Coffy. Ao meio dia foi realizado ato político na Praia Campista, onde esteve presente a diretora do NF Ilma de Souza. Trabalhadores do TEBAR, no Litoral Paulista, realizaram atraso de uma hora, em solidariedade à Ana Paula e aos terceirizados que estão em greve.

A campanha continua
Agora a “Oposição Unificada”, do norte fluminense, publicará um boletim eletrônico denunciando a posição da FUP na comissão eleitoral e a política de não mobilizar, saudando a posição do sindicato do NF de repudiar a impugnação mas polemizando com a política de voto nulo e retirada das candidaturas.

Os trabalhadores serão convocados para assinar o abaixo-assinado e, onde for possível, aprovar moções nas plataformas. O mesmo será feito em outras bases, por exemplo no Sindipetro Caxias que terá assembléia na segunda feira.

A oposição protocolou ofício ao sindicato exigindo a defesa aos membros da categoria que estão sendo perseguidos. Além de apoio jurídico, solicita uma campanha política contra as diversas punições, que atingem à toda a categoria; e a retirada dos processos contra os membros da oposição e seus apoiadores, movidos por dirigentes do SINDIPETRO-NF (Não se pode defender alguém ao mesmo tempo em que o processa. As diferenças entre os trabalhadores devem ser resolvidas com debate e democracia e não com punições).

Enquanto não houver uma resposta dos trabalhadores à altura a Petrobras aprofundará seus ataques. Para isso o Sindipetro NF precisa mobilizar a categoria para respaldar as ações judiciais e deter a escalada de assédio promovida pelos gerentes do terminal de Cabiúnas.

Por isso os companheiros pedem apoio a sua campanha, para que os sindicatos em todo pais enviem notas para a Petrobras exigindo a readmissão da companheira e a homologação de sua candidatura. O teor da mensagem será:

Reintegração já
Ana Paula, mãe de quatro filhos, é uma trabalhadora ameaçada de morte por não se omitir diante de irregularidades que colocam em risco a segurança dos seus companheiros de trabalho.Agora ela foi demitida por “justa causa” pela direção da Petrobras, por ter cometido o crime de: defender de maneira intransigente a categoria, para isso alegou “insubordinação, desacato aos superiores e indisciplina”. As supostas atitudes que teriam embasado esta justificativa até agora não foram apresentadas. E por uma razão simples: elas não existem.

Não é a primeira vez e, certamente, não será a última oportunidade em que a empresa age de má fé para impor uma demissão claramente política.

A Transpetro, subsidiária da Petrobrás – empresa que à exaustão divulga os prêmios conquistados por sua tão exemplar responsabilidade social -, desligou esta trabalhadora simplesmente por que ela se candidatou ao cargo de representante dos trabalhadores ao Conselho de Administração da Transpetro.

Por isso exigimos a imediata reintegração da petroleira Ana Paula Aramuni e a homologação da inscrição de sua candidatura.