Para os trabalhadores, só exploração…No último dia 22, a presidente Dilma se reuniu com 28 empresários e banqueiros e acenou com o anúncio de medidas de estímulo à indústria. Uma das promessas do governo é expandir a desoneração da folha de pagamento para setores como aeronáutica e autopeças.

Está prevista a substituição da contribuição das empresas de 20% para a Previdência Social por uma alíquota única, vinculada à receita bruta da empresa. Por um lado o governo reclama do rombo da Previdência, mas por outro, isenta empresários da alíquota do INSS.

A Embraer foi uma das empresas presentes na reunião e já vem sendo beneficiada com as ajudas do governo. A choradeira dos empresários, dizendo que a carga tributária impede o crescimento da indústria e a geração de empregos, é rapidamente escutada pelo governo. Porém, quando os clamores são dos trabalhadores, a história é bem diferente.

Os trabalhadores da Embraer se mobilizam há anos exigindo uma resposta as suas reivindicações, e até agora nada. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (CSP-Conlutas) pediu uma audiência com a presidente, em 2011, e foi recebido pelo então ministro do Trabalho Carlos Lupi, mas nada foi feito. 

A Embraer possui a maior jornada de trabalho entre as empresas do setor aeronáutico no mundo. Na Airbus, por exemplo, a jornada é de 35 horas. Na Boeing-MacDonnel e na Bombardier, são 40 horas semanais.  Os trabalhadores da Embraer há anos reclamam da jornada de trabalho de 43 horas semanais e que o número de lesionados cresce a cada dia com o aumento do ritmo de trabalho.

Segundo um estudo do Ilaese, se a Embraer reduzisse a jornada para 40 horas semanais, seriam abertos pelo menos 1.652 novos postos de trabalho.

Se Dilma, ao invés de só atender aos apelos dos empresários, reduzisse a jornada de trabalho para 36 horas semanais, sem redução de salário, permitiria a criação de empregos e ajudaria a minimizar as doenças ocupacionais dentro das fábricas.

Essas medidas de desoneração servem apenas aos interesses dos empresários. Qualquer política que pretenda fomentar a economia nacional deve, necessariamente, beneficiar a classe trabalhadora, a verdadeira geradora de riqueza do país.
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