Mas uma vez, o governo deu duro um golpe nos aposentados. No último dia 21, a base do governo conseguiu aprovar por 184 votos contra 158 um reajuste de 5,01% para os aposentado que recebem benefícios acima de um salário mínimo.

Em junho, por motivações eleitorais, a oposição burguesa aprovou no Senado o reajuste de 16,6% às aposentadorias, índice referente ao aumento concedido ao salário mínimo este ano. Mas Lula vetou o aumento e o governo foi obrigado então a apresentar uma MP na Câmara instituindo o valor de 5,01%. Ou seja, os aposentados terão um reajuste de quase 12% inferior ao do mínimo.

Já os parlamentares da oposição burguesa votaram de forma demagógica na proposta de 16,6. Fingem não serem os responsáveis pelo arrocho que quase matou de fome os aposentados nos oito anos em que estiveram à frente do governo federal.

Idade mínima
A cada dia torna-se mais explícita a proposta do governo sobre uma nova reforma da Previdência. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já fala abertamente em uma mudança estrutural nas regras: a imposição de idade mínima para a aposentadoria, tanto para homens como para mulheres, que seria um dos pontos centrais na reforma. A medida, segundo o governo, seria implementada de forma gradual, sem sustos para os contribuintes do INSS e sem estimular uma corrida aos benefícios.

Nos estudos sobre idade mínima, apontam para a criação de um mecanismo que estabeleceria a idade mínima para a aposentadoria à expectativa de vida da população, atualmente de 70,8 anos segundo o IBGE.

Não bastasse o brutal ataque que foi o fator previdenciário, agora o governo quer, a exemplo do que fez com os servidores, estabelecer a idade mínima no setor privado. O fator previdenciário, na prática, reduz os benefícios, forçando o trabalhador a se aposentar cada vez mais tarde.

Outros ataques
Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério do Planejamento, apontam também para outras mudanças como a instituição de uma “aposentadoria parcial” e cortes nos chamados “benefícios duplos”.

A aposentadoria parcial seria destinada a idosos que ficam ou voltam para o mercado de trabalho após atingirem a idade de receber benefícios. Todos sabem que a imensa maioria dos inativos que voltam a trabalhar é levada pela baixa remuneração do benefício. Ao invés de aumentá-los, o governo simplesmente quer cortá-los r com a aposentadoria parcial.

O fim da duplicidade de benefícios, por outro lado, vai atingir, 700 mil mulheres viúvas que recebem aposentadoria pela contribuição do trabalho e também pensão deixada por maridos.


Com o auxilio da mídia, o governo passa a imagem de uma Previdência está quebrada. Uma mentira que serve apenas aos interesses de meia dúzia de empresários que vão lucrar com o fim da Previdência pública. Se a Previdência for analisada dentro do contexto da seguridade social, estabelecida pela Constituição de 1988, que não engloba apenas Previdência, mas toda assistência social e a saúde. Em 2005, tal superávit chegou a R$ 28,4 bilhões, segundo estudo da Anfip.
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