O massacre na Mitsubishi é mais um episódio de uma crescente violência contra os trabalhadores. Em novembro de 2008, três sindicalistas da União Nacional dos Trabalhadores (UNT) foram assassinados. Richard Gallardo, Luis Hernandez e Carlos Requena foram atacados à bala por matadores que lhes abordaram quando saíram de uma reunião. As suspeitas em relação ao crime envolvem os donos da fábrica de laticínios Alpina, uma vez que os sindicalistas participavam de uma greve realizada pelos seus trabalhadores, assim como o prefeito eleito da cidade de Zamora (do PSUV, partido de Chávez). Após dois meses e mesmo diante de uma forte campanha internacional, a Justiça de Chávez apresentou como suspeito um ativista do movimento, numa óbvia farsa jurídica para proteger os verdadeiros assassinos, que podem incluir burgueses e membros do aparato do PSUV.

Agora os assassinatos de ativistas foram feitos diretamente pela polícia enviada por um governador de estado do PSUV. O governo Chávez protegeu os assassinos dos três sindicalistas e agora pode fazer o mesmo com as duas novas mortes.

Uma recordação histórica é necessária: o peronismo, movimento nacionalista burguês da Argentina ao qual Chávez se assemelha, incluía desde setores de esquerda até grupos de ultra-direita, que depois degeneraram na Triple A. Ao não investigar os assassinatos de ativistas sindicais, o governo Chávez pode estar abrigando no aparato do PSUV máfias semelhantes às do peronismo.

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