O governo Lula enviou tropas para ocupar o Haiti desde junho de 2004, sob as ordens de Bush.
A máscara da “missão de paz” já caiu. A ONG Centro de Justiça Global e a Escola de Direito de Harvard lançaram o relatório “Mantendo a Paz no Haiti?”, que denuncia a missão da ONU, comandada pelo Brasil, de favorecer a impunidade e acobertar ações violentas da polícia haitiana. Pior que isso, o documento aponta violências cometidas pelas próprias tropas da ONU, em nome da paz. Tiroteios nas favelas de Porto Príncipe, morte de civis, estupros, prisões injustificadas, desaparecimento de presos, tudo isso faz parte da rotina das tropas e das operações da polícia, segundo o relatório.

Diante dessas ações, o carinho que os haitianos nutriam pelos brasileiros começa a sofrer abalos e a população passou a encarar as tropas de maneira bem menos amigável. Começaram a surgir as primeiras manifestações de revolta. Em 19 de março, houve uma paralisação do comércio da capital, Porto Príncipe, contra a violência. No dia 21, grupos de ex-militares haitianos declararam guerra contra as forças da ONU. No dia 20, dois soldados da ONU foram mortos em tiroteios com os ex-soldados.
O que as tropas brasileiras comandam no Haiti não tem relação com a paz. É uma verdadeira guerra diária de ocupação, assim como a que Bush encabeça no Iraque. Como os EUA não podem intervir em todos os países, necessita de tropas de “governos amigos”, que façam o trabalho sujo por eles.

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