Se, por um lado, Renan foi absolvido, o mesmo não se pode dizer sobre a democracia dos ricos e corruptos. A absolvição aprofundou o desgaste das instituições do regime. Todos sabem que o Congresso é onde se encontra o maior número de picaretas por metro quadrado no país, onde a norma é roubar, aprovar leis contra os trabalhadores e sair na mais completa impunidade.
Se a Câmara dos Deputados afundou na lama de escândalos do mensalão, dos sanguessugas, da Operação Furacão, e chegou ao fundo do poço sob a presidência de Severino Cavalcanti, agora é a vez do Senado rodar. Como na Câmara que absolveu os mensaleiros, o Senado revela-se como uma instituição corrupta, onde os criminosos protegem-se mutuamente para perpetuarem a impunidade. Algo que ficou claro com todas as últimas CPIs que não deram em nada.
O Senado é tido como a Câmara alta do Congresso e recebe uma dotação orçamentária de R$ 2,6 bilhões. O Senado não tem nenhuma utilidade real. A existência da divisão entre deputados e senadores é usada simplesmente para manobrar e tornar ainda mais antidemocrático o Congresso, adiando e elitizando ainda mais as decisões. O Congresso pode existir perfeitamente sem o Senado, com uma câmara única entre os parlamentares.
Além disso, uma breve retrospectiva mostra que a instituição é tão podre e corrupta quanto a Câmara dos Deputados. Basta lembrar do caso envolvendo o falecido ACM ou, ainda, o ex-presidente da casa, Jader Barbalho. Em 2000, veio à tona toda a sujeira praticada por Barbalho, como enriquecimento ilícito e corrupção. Para não correr o risco de ter seus direitos políticos suspensos com uma eventual cassação, ele renunciou ao mandato. Voltou ao Congresso em 2002, como deputado federal.
Mesmo que Renan fosse cassado, a sujeira continuaria solta no Congresso. Com toda essa bandalheira, a conclusão que nos resta é que o Senado merece o presidente que tem.
Post author Jeferson Choma e Diego Cruz, da redação
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