Entre 7 e 9 de abril ocorreram as eleições para a Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) da Embraer. O resultado foi uma grande vitória para os demitidos, para o sindicato e os trabalhadores da empresa. Nove trabalhadores demitidos foram eleitos. A eleição desses companheiros é uma vitória também aos mais de 4.200 demitidos, que agora podem contar com um apoio maior na luta pela readmissão e reestatização da empresa.

Segundo Hebert Claros, vice-presidente eleito do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, “a vitória desses companheiros pra Cipa é de extrema importância nesse momento em que precisamos fortalecer nossa luta pela readmissão dos demitidos e a reestatização da Embraer”.

Os operários vivem uma estafante jornada de trabalho de 43 horas semanais, que faz com que o número de lesionados aumente rápida e progressivamente. Isso exige um forte trabalho de base e mobilização dentro da Embraer.

Após a demissão em massa, a Embraer fará de tudo para que os trabalhadores que permaneceram na empresa trabalhem o dobro, o triplo, como forma de compensar a produção anterior, antes das demissões. Ou seja, a empresa procurará manter e ampliar seus lucros com quem permaneceu na empresa, gerando um número maior de trabalhadores lesionados.

Embraer quis impedir participação de demitidos
Segundo o sindicato dos metalúrgicos, o grupo – que, além de ser reintegrado à fábrica, terá mandato na Cipa por um ano – teve garantido o direito de concorrer à eleição por meio da ação impetrada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que suspendeu as demissões realizadas pela Embraer até 13 de março. Estes metalúrgicos fizeram suas inscrições justamente neste período.

Para garantir a inscrição e a entrada dos demitidos na fábrica para fazer suas campanhas, o sindicato teve de entrar com duas medidas judiciais contra a Embraer, que resistiu ao cumprimento dos despachos do Tribunal.
Post author Felix Mann, de São José dos Campos (SP)
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