Nem Lula, nem Alckmin representam os interesses dos trabalhadores no segundo turno. Apesar dos enfrentamentos eleitorais, não há nada mais parecido com um governo petista do que um governo tucano.

Ambos compartilham o mesmo plano econômico neoliberal e a mesma corrupção. Uma vez no poder, PT e PSDB vão efetuar ataques históricos aos trabalhadores com as reformas sindical e trabalhista. Eles disputam furiosamente entre si, apenas para ver quem vai se beneficiar do aparato de Estado.

Votar em Lula ou em Alckmin é, portanto, dar um cheque em branco para que prossigam com a corrupção e o roubo dos nossos direitos. Qualquer um que seja eleito vai tentar golpear duramente os direitos dos trabalhadores nos próximos anos com as reformas neoliberais. Optar entre um ou outro é o mesmo que um trabalhador dizer se prefere levar um tiro ou uma facada de um assaltante.

Diante disso, o PSTU chama o voto nulo no segundo turno. Uma expressiva quantidade de votos nulos poderia ser uma importante base para a continuação da Frente de Esquerda. E também enfraqueceria as duas candidaturas neoliberais e o futuro governo. Acreditamos que todos os companheiros da frente devem se pronunciar pelo voto nulo e a realizar conosco uma campanha por essa posição.

Defender o voto nulo seria a continuidade do que defendemos juntos no primeiro turno. É o caminho para continuar travando uma luta sem tréguas contra o projeto neoliberal, seja quem for o seu executante.

A história do “mal menor”
No passado, partidos burgueses como o PMDB diziam que era preciso votar neles para impedir a volta da direita tradicional. Foi assim no Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves contra Paulo Maluf. O resultado foram os cinco anos do governo direitista de José Sarney.

Também foi assim nos anos 90, quando PT e PSDB aliaram-se para eleger Mário Covas governador de São Paulo, “contra a direita”. Alckmin, vice do tucano, assumiu o governo depois de sua morte.

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