No dia 30 de abril, os trabalhadores da saúde, assistência social, educação, finanças, cultura e economia do município de Belém decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. Eles pressionam o prefeito Duciomar Costa (PTB) pelo cumprimento de sentença judicial que manda incorporar 20,84% ao vencimento dos servidores e pagar o retroativo das perdas salariais referentes ao período de 1992 a 1994. A categoria reivindica também melhoria nas condições de trabalho e realização de concurso público em toda a prefeitura.

Antes de decidir pela greve, os trabalhadores realizaram três paralisações com grandes atos na capital paraense. Na única vez em que a categoria foi atendida, ouviu da prefeitura o que todos os trabalhadores têm escutado dos governos que seguem a política de Lula: “Não podemos atender às reivindicações porque estamos em meio a uma crise econômica”.

Porém, a desculpa da crise não se sustenta na realidade, pois o governo Duciomar vem pagando mensalão na Câmara Municipal para barrar a CPI da Saúde, realiza constantes viagens ao exterior e ainda nomeia seus parentes em todos os setores da prefeitura, com altos salários. O governo não explica também onde colocou o dinheiro da arrecadação municipal, que em 2008 superou 2007, e que as despesas com pessoal não atingem até agora o valor estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

A decisão do movimento de ir à greve unificada pela primeira vez na história do município é uma resposta à altura para quem quer jogar as consequências da crise nas costas dos trabalhadores.
O próximo passo é fortalecer a greve nos piquetes diários, construir o fundo de greve e organizar com os sindicatos e a Conlutas a unificação das lutas em curso e preparar a vitória do movimento grevista.

Post author Josyanne Quemel, de Belém (PA)
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