João Pedro Stédile, do MST, com o deputado Ronaldo Stédile e o presidente do PT, José Genoíno
Antonio Cruz / Agência Brasil

O governo anunciou nesta quarta-feira, dia 13 de abril, uma proposta para revisar as regras para identificar a produtividade de imóveis rurais. Os índices são medidos em toneladas por hectare de produção e definem se a terra é produtiva ou improdutiva. Segundo o governo, tal alteração aumentaria o número de fazendas passíveis de desapropriação.

Entretanto, a proposta nem foi aprovada ainda pelo Ministério da Agricultura e o MST já se deu por satisfeito e resolveu fazer um acordo com o PT e com o governo. João Pedro Stédile e lideranças do MST reuniram-se ontem com a cúpula petista na Câmara dos Deputados. O objetivo anunciado da reunião era conseguir o apoio do partido para a marcha nacional do movimento, mas o encontro terminou com o MST garantindo que poupará o governo Lula de críticas, enquanto o PT, em troca, comprometeu-se a pressionar o governo pela liberação de verbas para a reforma agrária.

Os líderes do MST saíram da reunião afirmando que Lula é um “aliado”. Além disso, a direção do movimento também elogiou a liberação dos insuficientes R$ 400 milhões para a reforma agrária – outros R$ 1, 3 bilhão continuam bloqueados pelo governo. Depois da liberação e do anúncio das mudanças nos índices que definem a produtividade das propriedades rurais, a direção do MST não deve desbotar ainda mais o “Abril Vermelho”. O primeiro passo foi adiar a marcha a Brasília.

Porém, a base do movimento não parece estar tão satisfeita assim. Em Pernambuco, onde se concentra o maior foco de ocupações de sem-terras, os números do abril vermelho já somam 24 propriedades ocupadas. Na Bahia, cerca de 1.500 sem-terras bloquearam uma avenida nesta quarta-feira, dia 13, exigindo uma reunião com o ministro Miguel Rossetto para discutir a reforma agrária no estado.

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