Mesmo a brutal repressão desencadeada pelo governo Fox e Ulises não foi capaz de barrar a mobilização do povo e dos trabalhadores de Oaxaca. A chamada Polícia Federal Preventiva, força de segurança criada para reprimir conflitos sociais, invadiu a cidade no dia 27 de outubro, mas não conseguiu desmobilizar a APPO (Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca).

Segundo Gustavo Sanchez, militante da LIT-QI em Oaxaca, “quanto mais a PFP permanece na cidade, mais dificuldade tem para sair”. Além de frustrada em seu intento de acabar com a mobilização, a PFP coleciona derrotas. No dia 2 de novembro a população oaxaquenha repeliu a ofensiva policial contra a Universidade Autônoma Benito Juarez, ocupada pelos estudantes e trabalhadores. “Foram literalmente derrotados pela APPO no enfrentamento nas imediações da universidade. A solidariedade da população chegou imediatamente, foi uma guerra campal que durou sete horas com os jovens, principalmente, encabeçando a resistência”, informa Sanchez.

Após ter repelido a PFP na tentativa de invasão da universidade, o povo de Oaxaca protagonizou uma mega marcha no dia 5, que reuniu em torno de milhão de pessoas. A polarização cresce a cada dia. No dia 6 de novembro, três bombas explodiram na Cidade do México. A sede do PRI, o Tribunal Eleitoral e uma agência bancária foram atingidas. Apesar de supostos grupos guerrilheiros terem reivindicado os atentados, a própria Procuradoria da República desconfia do envolvimento do governador de Oaxaca, Ulises Ruiz.

“A crise se aprofunda e o governo não dá sinais de que vai solucionar de alguma maneira o problema, a mobilização cresce e se estende, não deixa de haver marchas todos os dias”, afirma Sanchez, que denuncia ainda a existência de presos políticos, assassinatos e torturas pelas forças de repressão.

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