Mais de 800 ativistas realizaram uma marcha contra as demissões e a flexibilização de direitos, por volta das 13 horas desse dia 29, em Belém (PA). Reunindo representantes da Conlutas, Intersindical, MTL, pastorais e diversas outras entidades, a marcha saiu da Universidade Estadual do Pará rumo à Praça do Operário, local histórico da cidade aonde terminou a marcha de abertura do Fórum Social Mundial.

Sob o calor e o sol escaldante da capital paraense, os manifestantes denunciaram os ataques contra os trabalhadores, assim como a posição do governo Lula de não intervir nas demissões e ainda garantir bilhões aos empresários. “Ô Lula, que traíção, tem dinheiro pra banqueiro e pro peão só demissão”, cantavam. Os ativistas também deram o recado a Lula e os patrões: “1, 2, 3, 4, 5 mil, ou pára o desemprego ou paramos o Brasil”.

Com uma faixa de abertura de apoio à causa palestina, os manifestantes lembraram o genocídio que Israel perpetra na Faixa de Gaza. “Chega de bomba, e de chacina, fora Israel da Palestina”, era uma das palavras de ordem mais lembrada, assim como “Chega, chega, chega de rapina, e viva a resistência iraquiana e palestina”. A causa palestina, inclusive, ganha apoio generalizado no Fórum Social Mundial. Apesar das diferenças ideológicas entre as cerca de cem mil pessoas que foram a Belém, as camisetas, bandeiras e faixas de apoio ao povo palestino são onipresente.

Ao final da marcha, enquanto os manifestantes se dispersavam, ainda toparam com a delegação venezuelana que ia a UEPA se encontrar com outros presidentes latino-americanos. Sob fortíssimo esquema de segurança, com direito à escolta da Guarda Nacional, Chavez passou por eles, mas ninguém sabe se ele chegou a ver.