Coluna da Conlutas e do PSTU se destaca na marchaUma grande manifestação deu início oficial ao nono Fórum Social Mundial, na capital do Pará, Belém, na tarde desse dia 27 de janeiro. Cerca de trinta mil pessoas de todo o planeta estiveram para a marcha de abertura do Fórum, transformando as ruas da cidade paraense numa enorme babel multilíngüe.
Os ativistas começaram a se reunir por volta das 14h (15h no horário de verão em outros estados), na histórica Praça do Cais do Porto. Sob o sol quente do verão e o calor batendo os trinta graus, os manifestantes foram se reunindo e partiram em caminhada pelas ruas de Belém. Muitas cores, batidas e danças deram o tom da marcha.
Coluna animada
A coluna da Conlutas, seguida pela coluna do PSTU, reuniu algumas centenas de militantes, ativistas e simpatizantes. Como de costume, marcou a marcha pela animação e combatividade. Palavras de ordem como “ô Lula, que papelão, dá dinheiro pro banqueiro e pro peão é demissão” e “1, 2, 3, 4, 5 mil, ou pára o desemprego ou paramos o Brasil”, marcaram a marcha com um tom de crítica e protesto.
“O papel da Conlutas no Fórum é de denunciar a crise capitalista e dizer aos governos de todo o mundo, em especial o de Lula, que parem de dar dinheiro aos empresários e garantam os empregos da classe trabalhadora”, disse Vera Guasso, dirigente da Conlutas e do PSTU no Rio Grande do Sul.
Quando a coluna se aproximava da Praça da República, operários da construção civil de Belém se integraram à marcha. Entre eles, operários demitidos do consórcio Taboquinha, do distrito de Icoaraci, região metropolitana de Belém, cuja obra fazia parte do PAC. A obra empregava 300 trabalhadores e teve metade do quadro de funcionário cortado.
Nem mesmo a chuva torrencial que caiu por cerca de uma hora foi capaz de diminuir o ânimo dos ativistas. Enquanto quase todas as outras colunas se dispersavam, a da Conlutas permanecia firme e forte agitando a marcha. “Na rua, na chuva, a luta continua”, entoavam os ativistas.
A manifestação terminou na Praça do Operário, em um dos principais monumentos da cidade. A coluna da Conlutas seguiu até o clube Monte Líbano, local onde ocorrerá grande parte das atividades da Coordenação. “Estamos aqui para dizer que sim, um outro mundo é possível, mas um mundo construído pelos trabalhadores, sem exploração do homem pelo homem, um mundo socialista“, afirmou José Maria de Almeida, o Zé Maria, da Coordenação Nacional da Conlutas e da Direção Nacional do PSTU.