Milhares de manifestantes bolivianos cercaram a embaixada dos Estados Unidos em La Paz no último dia 9. Os trabalhadores exigiam a saída do embaixador norte-americano, Philip Goldberg.

Ele é acusado de estar por trás das ações políticas de sabotagem da burguesia de Santa Cruz. Em maio deste ano, eles realizaram um referendo de autonomia da Província. Além disso, o embaixador é acusado de conceder asilo político nos EUA ao ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada e seu ex-ministro Carlos Sánchez Berzain. Os dois são acusados de genocídio pela justiça.

“Estamos indignados pelos asilo e proteção que os Estados Unidos estão dando al ex-ministro de Defesa, Carlos Sánchez”, declarou Sonia Brito, presidente da Assembléia de Direitos Humanos. Embora a embaixada não tenha confirmado a concessão de asilo, o próprio Carlos Sánchez Berzain, declarou a uma rádio local ter obtido asilo político nos EUA em 2007.

A Justiça do país acusa o ministro de ter cometido um massacre contra os trabalhadores bolivianos, durantes as jornadas revolucionárias de outubro de 2003. Na época, mais de 65 pessoas foram assassinadas e outras 400 foram feridas pela dura repressão ordenada pelo governo Sánchez de Lozada. Outras nove morreram nas semanas seguintes devido a ferimentos causados pela ação repressiva.

A rebelião popular ocorreu para impedir a exportação de gás natural pelas multinacionais e para exigir sua nacionalização. As mobilizações terminaram derrubando o governo Lozada.

Quando estavam em frente à embaixada, os manifestantes foram reprimidos pela polícia, com gases lacrimogêneos e bombas. A repressão pegou mal para o governo de Evo Morales. Pressionado pelas organizações populares, o presidente boliviano foi obrigado a demitir os oficiais de polícia envolvidos no episódio.

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