A força das mulheres trabalhadoras
Na mesa de abertura do evento, o avanço das lutas no Brasil e a força das mulheres foram temas do debate, que também discutiu o novo momento político do país e o papel decisivo das trabalhadoras nas mobilizações de junho e nas greves de julho e agosto. A apresentação foi feita por Rosália Fernandes, do Sindsaúde/RN, Marta Turra, do Sindicato dos Bancários do RN, Carol Dias, da ANEL, e Thaís Martins, do Movimento Terra Livre e da LSR.
Para Rosália Fernandes, diretora do Sindsaúde/RN, o mundo vive hoje uma combinação de lutas sociais, com forte participação das mulheres trabalhadoras e jovens. “Na Europa, o movimento é contra os planos de austeridade da crise econômica aplicados pelos governos.
No Oriente Médio, são revoluções contra ditaduras. No Brasil, temos grandes lutas por saúde, educação e transporte. Aqui fizemos uma forte greve, acampando em frente à casa da governadora. A maioria era de mulheres.”, destacou Rosália Fernandes, diretora do Sindsaúde/RN.
Marta Turra, do Sindicato dos Bancários do RN, apontou a necessidade de as trabalhadoras fortalecerem o movimento e se organizarem contra o machismo e a exploração no capitalismo. “Queremos que o Movimento Mulheres em Luta seja anticapitalista, classista e construído pela base. Não existe capitalismo sem machismo. Por isso, precisamos lutar por um novo mundo para a classe trabalhadora.”, disse a coordenadora geral dos bancários.
Homens na cozinha e na creche
Foram formados 7 grupos de discussão para debater temas relacionados à opressão sofrida pelas mulheres trabalhadoras, como a violência machista, as creches e o direito à maternidade, a saúde da mulher e o aborto, racismo, homofobia e a luta das mulheres nos sindicatos e movimentos. O debate foi muito rico e contou com ampla participação das mulheres.
Nos grupos e na a plenária final do encontro, a discussão entre as trabalhadoras permitiu não só a formação política como também a troca de experiências para fortalecer as próprias lutas e o movimento. Ao final, foi escolhida a coordenação executiva do MML no Rio Grande do Norte.
Colocando em prática o combate ao machismo, toda a infraestrutura do encontro foi garantida por homens. Eles cozinharam o almoço, lavaram as panelas e cuidaram das crianças enquanto as mulheres participavam dos debates. Foi uma pequena amostra de que é possível garantir a atuação política das trabalhadoras quando homens e mulheres lutam lado a lado contra o machismo.