Rebeldia - Juventude da Revolução Socialista
J. C., do Rebeldia-SP
No último dia 28 de julho uma jovem de 19 anos foi abordada e brutalmente agredida por dois suspeitos em Praia Grande no litoral de São Paulo. De acordo com informações da Delegacia da Mulher (DDM), as agressões teriam sido motivadas pela lesbofobia, uma cruel combinação do machismo com a homofobia.
Segundo o relato da jovem e de familiares, ela caminhava sozinha em uma via quando foi abordada por dois homens dentro de um veículo. Durante a abordagem a mão armada, eles teriam feito piadas sobre a orientação sexual da vítima e começaram as agressões no meio da rua, antes de puxá-la para dentro do veículo. A jovem foi ameaçada de morte.
“Graças a Deus não abusaram dela. A sensação foi mais para bater porque ela falou que gostava de ser menino. Por puro ódio, pura revolta. E você se sente mais revoltado ainda por não ter resposta“, disse a mãe da vítima.
Esse caso é um ato criminoso de enorme gravidade, por razões evidentemente homofóbicas e machistas. É revoltante que até o momento nenhum dos dois suspeitos tenha sido preso, mesmo após um deles ter sido reconhecido pela vítima. Toda solidariedade à vítima! Exigimos a rigorosa investigação e a punição exemplar dos agressores: queremos resposta! Violências e assassinatos por razões de orientação sexual e identidade de gênero são crime!
Outros ataques recentes
Esse ataque não é um ato isolado. No último mês, uma militante negra e transexual do PSOL e do Quilombo Raça e Classe (CSP-Conlutas) foi sequestrada e torturada por dois homens armados em um carro. Os sequestradores declararam serem apoiadores de Bolsonaro. Mais um caso de violência contra uma pessoa LGBT no país com os maiores registros de agressão e assassinato de LGBTs.
No último mês, indígenas e quilombolas foram fortemente atacados: os Wajãpi tiveram seu território, no oeste do Amapá, invadido por 50 garimpeiros armados, e que assassinaram a facadas o cacique Emyra Waiãpi. O Quilombo Kingoma, na região metropolitana de Salvador, sofreu uma tentativa de invasão de suas terras, também sob ameaças de homens armados. Já em Aquidauana (MS), sob comando do prefeito, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul promoveu o despejo forçado, violento e ilegal da comunidade indígena Kinikinau, sob gás lacrimogêneo e bala de borracha que deixaram muitos indígenas feridos.
Esses relatos são de extrema importância para evidenciar que a nossa luta é uma só: indígenas, LGBTs, quilombolas, mulheres, negros e todos os grupos oprimidos devem unificar suas lutas contra esses ataques brutais e contra os governos, junto a toda classe trabalhadora, e organizar sua autodefesa. Um exemplo a ser seguido é o que foi dado recentemente pelos indígenas Mundurukus, que, em uma expedição em seu território ancestral, expulsaram grupos de madeireiros, e realizaram na marra e pelas suas próprias mãos a autodemarcação, o controle e a vigilância de suas terras. Resta a todos os trabalhadores e grupos oprimidos de trabalhadores seguirem esse caminho e organizar sua autodefesa para defenderem suas vidas e seus territórios!