A greve dos 8 mil trabalhadores da Suzuki na India, em três unidades, foi um dos movimentos mais importantes protagonizados durante este ano nesse país, que hoje vive uma guerra civil e tem um governo desacreditado, diante de tantos casos de corrupção.
A greve que terminou hoje, após 14 dias de ocupação da Maruti/Suzuki, em Manesar, foi engrossada com a greve de solidariedade dos trabalhadores de mais duas unidades, a Suzuki Powertrain India Ltd e Suzuki Motorcicle India Pvt Ltd.
Uma greve de solidariedade não se vê facilmente no movimento sindical. Ela é uma grande demonstração de que os trabalhadores compreendem a necessidade de unir suas forças, contra um inimigo comum. E nos ajuda a compreender que, se a crise e a recessão são mundiais, igualmente, nossa solidariedade também deve ser internacional.
A luta na Suzuki é longa e heróica, e vem sendo travada desde junho, quando os trabalhadores fizeram uma greve de algumas horas.
Depois, em 29 de agosto, os trabalhadores da Maruti Suzuki entraram em uma greve que durou 33 dias, lutando por um direito elementar: o reconhecimento de seu sindicato, o Sindicato dos Trabalhadores da Maruti Suzuki. Como sempre, a patronal respondeu com repressão. Isso levou a uma nova greve na qual os trabalhadores passaram a exigir o retorno dos 1.200 temporários e efetivos suspensos pela empresa.
Após 14 dias, a greve conseguiu a volta de todos os 1.200 trabalhadores temporários. Dos efetivos, 64 foram reintegrados, mas 30 continuam suspensos, por “mau comportamento”. Para as negociações, foi formado um comitê tripartite entre representantes do empresa, dos trabalhadores e do governo.
A greve, mais do que qualquer resultado imediato, nos permite ver que, na Índia, que possui um dos mais poderosos proletariados do planeta, a luta apenas comecou e promete ser grandiosa. Com a invasão de empresas estrangeiras nos últimos anos, foi formado na Índia um dos mais jovens proletariados do mundo.
E agora, ele está saindo à luta.