Esta semana, o comandante militar da missão de “paz” da ONU no Haiti (Minustah), o general brasileiro Augusto Heleno Pereira, pediu para deixar o posto. Lula já indicou outro militar para substituí-lo, o general Luiz Guilherme Amaral.

Pode parecer uma substituição normal. Afinal de contas, Heleno já estava há um ano em Porto Príncipe, e queria voltar ao Brasil. Mas não é bem assim. A saída veio uma semana depois que o secretário de Estado dos EUA para a América Latina, Roger Noriega, visitou o Haiti e pressionou a Minustah a ter uma ação mais enérgica no “combate à criminalidade”. Ofereceu inclusive o envio de marines americanos para reforçar a segurança, o que foi bem aceito pelo governo haitiano. Se fosse só para “combater a criminalidade”, não seria um exagero enviar marines? O que ocorre é que a missão da ONU foi ao Haiti para reprimir o povo haitiano e impedi-lo de derrubar o governo interino de Boniface Alexandre e garantir o processo eleitoral, marcado para 9 de outubro. A Minustah não está conseguindo controlar a situação e, por isso, levou um “pito” de Noriega.

O governo Lula mantém 1.200 soldados no Haiti, além de deter o comando das tropas da Minustah, numa violação descarada da soberania nacional e, com o álibi de reprimir uma suposta “criminalidade”, está na verdade impedindo que o povo haitiano decida qual o governo que quer para seu país.

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