Os petroleiros das bases dos sindicatos ligados à FNP (Frente Nacional dos Petroleiros) realizaram nos dias 15 e 16 uma forte greve nacional, demonstrando que a Frente se afirma como uma alternativa de direção para a categoria. Além disso, arrancaram sua primeira vitória: a Petrobras foi obrigada a chamar, em regime de urgência, uma nova negociação com os sindicatos.

A categoria demonstra novamente que somente a mobilização dos trabalhadores pode arrancar alguma conquista. Particularmente no momento em que o governo Lula diz que a Petrobras está ficando mais forte, capitaliza a empresa, dando bilhões aos investidores, e coloca comerciais na televisão, afirmando que é a empresa que
sustenta o país.

Direção da FUP paralisada
A explicação para a paralisia da direção da FUP (Federação Única dos Petroleiros, ligada à CUT) pode ser explicada pelo seu empenho em aprovar os projetos de lei do governo Lula. Por isso, seus dirigentes abandonaram a campanha salarial e foram para Brasília. Com essa política, o Conselho Deliberativo da FUP votou a rejeição da proposta, mas não construiu nenhum calendário de mobilização e não aceitou o chamado de unidade da FNP.

A FNP propõe que os petroleiros das bases da FUP cobrem sua direção para que atenda ao chamado por uma mesa única de negociação e aprove um calendário unificado de mobilização, incorporando-se à greve da categoria.

Observando as outras categorias em suas lutas e vitórias salariais, os petroleiros também têm uma tarefa importante a cumprir no acordo coletivo: garantir as reposições, aumento real de salário e a manutenção dos direitos conquistados historicamente!

Greve da FNP foi muito forte
Mesmo com a atitude divisionista da direção da FUP, a FNP mostrou que está disposta a lutar. Foram dois dias de uma greve nacional com corte de produção, piquetes, mobilizações e enfrentamentos.

Os lugares mais avançados da greve foram Litoral Paulista e Sergipe. No Litoral Paulista, a refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, parou 100% da operação e 70% do administrativo. No Terminal Alemoa, 100% dos trabalhadores da operação, do administrativo e dos terceirizados pararam. No Terminal de São Sebastião, 100% da operação e 85% do administrativo estão em greve.

Em Sergipe, na sede, a adesão foi de 70%; em Carmópolis, de 80%. Na Fafen, 100% de paralisação (turno, administrativo e terceirizados). No Tecarmo, adesão de 75%, corte na rendição do turno e adesão dos petroleiros terceirizados. Para ajudar, os petroleiros da Prest Perfuração deflagraram greve por tempo indeterminado, com corte de rendição em nove sondas de produção.

A mobilização também foi forte em São José dos Campos (SP). No Rio de Janeiro, houve um “trancaço” no Edise e paralisação no TABG no dia 15. Na Transpetro São Luís, 90% de greve; na do Pará, 70%. No administrativo de Belém, 70%, e no de Manaus, 60%. Houve atrasos na entrada no Rio Grande do Sul, em Furado, Pilar e na Transpetro de Alagoas.

Frente ao agendamento da reunião de negociação, as bases da FNP suspenderam a greve, mas se mantêm em estado de greve. Também chamam a direção da FUP a romper com seu imobilismo governista, sair das negociações de gabinete em Brasília e vir para base organizar a campanha salarial e a greve nacional de toda categoria.

Post author Américo Gomes, assessor do Sindipetro AL/SE
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