Servidores devem responder na mesma moedaNa abertura dos Jogos Pan-Americanos, em meio às vaias no Maracanã e dos protestos em frente à Prefeitura do Rio, contra as políticas neoliberais do governo Lula, em Brasília, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, encaminhava ao Congresso Nacional o projeto de lei complementar 92/07 criando as fundações estatais de direito privado.

Privatização no serviço público
O projeto visa flexibilizar as relações de trabalho no serviço público, permitindo a contratação de trabalhadores pelo regime CLT, sem concurso. No mesmo sentido, permite a transferência de importantes áreas para o controle privado, prejudicando sobretudo a população carente, que terá ainda mais dificuldade de acesso a vários serviços essenciais, como saúde e assistência social. Além destas áreas, o projeto se estende para órgãos de cultura, desporto, ciência e tecnologia, meio ambiente, comunicação social e turismo. No texto, vemos ainda as bases para a regulamentação da previdência complementar do servidor, ou para a criação de fundos de pensão com controle privado.

Um dos setores mais atingidos é o das universidades federais públicas, pois o governo Lula define no projeto a transformação dos hospitais universitários em fundações privadas, tirando da universidade o controle sobre esses hospitais. Quem ganha com isso são os tubarões privados da saúde e do ensino, que terão a oportunidade de controlar esses hospitais através das PPP’s (Parcerias Público-Privadas).

Livrando a cara do governo
Na contramão dos interesses dos trabalhadores, a CUT e os governistas de plantão nas direções de importantes entidades como Fasubra, Condsef e Fenajufe se esmeram em defender o governo. Tem sido assim desde o início das greves, quando essas direções fizeram de tudo para evitar a unidade e conduzir o movimento de forma mansa e sem radicalizações.

Neste momento, após mais de 60 dias do início da greve, como é quase impossível evitar a caravana de técnico-administrativos que se desloca para Brasília, os governistas tentam evitar o acampamento na Esplanada dos Ministérios com medo da reação dos trabalhadores contra o governo. Fazem terrorismo, afirmando que não se deve radicalizar, pois isso prejudicaria as negociações em curso. No entanto, até o momento, não houve nenhum avanço nestas reuniões.

Greve da Fasubra
Mais triste é o papel do C-Sol, que capitula à política dos governistas da corrente Tribo e do PCdoB. Essa corrente tem feito coro com os governistas, caracterizando avanços nas negociações, quando na verdade o governo só vem enrolando o comando nacional de greve. Agora, com a ida das caravanas a Brasília, não se enfrenta com os governistas, contribuindo com a política de greve ordeira e bem comportada.
Os companheiros da Conlutas, que fazem parte da frente de oposição “Vamos à Luta – VAL” – onde também estão correntes do P-Sol como C-Sol, CST e MES, e independentes –, não concordam com as posições da direção desse grupo e defendem a radicalização do movimento e o enfrentamento concreto com o governo. Somente um processo que coloque os servidores em movimento com atos, passeatas, acampamentos e radicalização nas ações poderá forçar o governo a atender as reivindicações.

O PSTU propõe a organização da luta contra esses projetos e a unificação do funcionalismo federal e os demais trabalhadores em defesa dos serviços públicos. Para isso, é preciso dar o combate sem tréguas ao governo e apontar uma saída socialista para o nosso país, que liberte os trabalhadores das ações reacionárias do capital.

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