Após o alerta dado pelas várias luzes amarelas que se acenderam nos meses de junho e julho deste ano (forte queda em várias bolsas asiáticas, situação muito instável do importante banco francês BNP Paribás), em agosto, um forte abalo financeiro internacional teve seu epicentro localizado em Wall Street e, a partir de lá, se estendeu ao resto do mundo.

Para amenizar seus efeitos e tentar detê-lo, o Banco Central Europeu e o Federal Reserve dos EUA (o FED), assim como os bancos centrais do Canadá e do Japão, derramaram, em apenas três dias, mais de 300 bilhões de dólares nos mercados financeiros (e outra cifra similar, posteriormente) para frear a derrubada das bolsas e impedir a quebra em cadeia de bancos e de outras entidades financeiras.

Uma semana depois, a situação se tornou mais tranqüila, mas ainda não está claro se esta tranqüilidade é passageira ou mais permanente. No entanto, a calmaria atual não pode ocultar as causas profundas que originaram o abalo e que, ao estar muito longe de terem sido resolvidas, podem voltar a se apresentar na superfície.

Toda crise da economia capitalista, ou sua possibilidade, pode ser analisada em diferentes níveis. O primeiro é o dos fatores mais estruturais que estão por trás das crises cíclicas do capitalismo, analisados por Marx em O Capital. O segundo são as características próprias que determinam a configuração mais específica de cada crise, e o terceiro, finalmente, são as perspectivas da situação.

Partamos de Marx
Em O Capital, sua obra mais importante dedicada ao estudo da economia capitalista, Marx analisa suas características fundamentais:

1. o capitalismo se caracteriza por ser uma economia produtora de mercadorias, isto é, valores destinados a serem vendidos no mercado;

2. na produção de mercadorias, só a força de trabalho cria novo valor; o maquinário e as matérias-primas limitam-se a restituir o valor agregado;

3. por isso, Marx classifica os investimentos na produção que a burguesia realiza em capital variável ou “v” (salários para compra de força de trabalho) e capital constante ou “c” (compra dos outros fatores);

4. os capitalistas se apropriam de uma parte do valor produzido pela força de trabalho porque só pagam uma fração desse valor, através do salário; essa parte do valor apropriado, Marx denomina mais-valia;

5. A mais-valia é gerada na produção e se realiza no mercado, com a venda das mercadorias, sendo assim a base do lucro dos capitalistas (aumento do capital inicial aplicado);

6. os capitalistas medem o resultado de seu investimento através da taxa de lucro, isto é, o percentual de crescimento do capital após um circuito completo de produção-venda;

7. a concorrência leva os capitalistas a investir de modo crescente em máquinas e tecnologia para produzir mais e a um custo mais baixo, ou seja, tende a aumentar a parte proporcional de capital constante e a diminuir a do capital variável. Essas diferentes relações entre c e v determinam o que Marx denomina composição orgânica do capital;

8. o crescimento proporcional do capital constante nas inversões permite, num período inicial, um aumento da taxa de lucros. Esses elementos (crescimento das inversões e da taxa de lucros) são as características centrais da fase ascendente dos ciclos da economia capitalista;

9. posteriormente, no entanto, a taxa de lucro começa a cair, em um processo que Marx estuda em sua Lei da tendência decrescente da taxa de lucro;

10. ao cair a taxa de lucro, os capitalistas começam a diminuir seus investimentos, produzindo, assim, o ponto de inflexão que inicia a fase descendente dos ciclos econômicos (ou crise cíclica); as crises econômicas são, então, inerentes ao sistema capitalista e à sua própria estrutura de funcionamento;

11. ao mesmo tempo, elas mesmas geram mecanismos para superar, por um período, as causas que as provocam: queima de capitais (fechamento de empresas) e pressão pelo rebaixamento dos salários causada pelo desemprego, aumentando, assim, a taxa de mais-valia extraída dos trabalhadores;

12. além disso, o capitalismo gerou toda uma outra série de mecanismos para evitar ou atenuar a queda da taxa de lucros: centralização do capital em empresas cada vez maiores, exploração de outros países, intervenção do Estado, etc. No entanto, a única coisa que realmente pode sustentar a taxa de lucros em prazos maiores é o aumento da mais-valia absoluta, isto é, um crescimento dos ritmos de produção e a exploração dos trabalhadores maior que a inversão de capital.

Um caráter cada vez mais especulativo
Essas análises de Marx continuam tendo plena vigência e são imprescindíveis para a compreensão das causas estruturais de qualquer crise capitalista. Entretanto, Marx analisou o capitalismo de sua época, centrado no capital industrial, ao redor do qual se ordenavam e se subordinavam os outros setores (agricultura e criação de gado, bancos, comércio, etc.).

Posteriormente, como parte da tentativa de superar a queda da taxa de lucro, ocorreu um processo determinante: o surgimento do capital financeiro como resultado da fusão do capital bancário com o industrial. Este processo é estudado por Lênin em sua famosa obra sobre o início da fase imperialista (ou “superior”) do capitalismo. Para Lênin, esta etapa liquidava as características econômicas progressivas do capitalismo e acentuava todos os seus traços negativos e decadentes. Em outras palavras, todo novo crescimento ou expansão econômica traria, inevitavelmente, maiores sofrimentos aos trabalhadores e às massas e se basearia neles.

Entre esses processos negativos, o capitalismo imperialista decadente manifesta uma tendência especulativa crescente, isto é, existe uma massa cada vez maior de capitais parasitários (que não produzem novo valor) voltados à especulação e à busca de lucros rápidos. Mas esses lucros provêm, também, em última instância, da mais-valia extraída na produção.

Ao mesmo tempo, como aumenta de modo permanente o volume total de capital circulante, uma massa cada vez maior de mais-valia é necessária para sustentar a taxa média de lucro. Por um lado, isso obriga o capitalismo imperialista a acentuar cada vez mais os mecanismos de extração direta e indireta de mais-valia (exploração dos trabalhadores, saque de recursos naturais dos países mais débeis, arrecadação decorrente das dívidas externas, etc.). Por outro lado, se produz uma disputa ainda mais feroz entre os distintos setores burgueses pelo destino final dessa mais-valia.

As “bolhas”
Ao se concentrar num determinado mercado (papéis da Bolsa, imóveis, commoddities, etc.), estes capitais originam uma “bolha” que empurra artificialmente os preços para cima, além de toda base real, e também os lucros obtidos. Embora a “bolha” possa atuar como um fator que dinamiza outros ramos, ao mesmo tempo, a economia em seu conjunto adquire uma fragilidade e uma volatilidade muito maior ao estar baseada, em grande medida, sobre essa “bolha”.

Em algum momento, a “bolha” começa a esvaziar. Esse furo aparece como resultado de fatores específicos, como os limites objetivos do crescimento do setor “inflado”. Mas, em última instância, esses fatores imediatos refletem as causas mais estruturais das periódicas crises capitalistas estudadas por Marx (a queda da taxa de lucro). Por outro lado, o esgotamento da bolha nesse setor vai causar um impacto negativo sobre o resto dos ramos da economia, abrindo-se assim a possibilidade de uma crise econômica generalizada.

Todos os meios assinalam que o fator desencadeante do recente tremor financeiro foi a queda do mercado imobiliário nos EUA e em outros países imperialistas, ou seja, o esvaziamento de uma grande bolha.

EUA: problemas econômicos muito profundos
É importante destacar que o epicentro dos problemas atuais está nos EUA (a economia mais forte do planeta). Tanto o Estado, como as empresas e os consumidores, estão sobre-endividados, ou seja, devem mais que sua real capacidade de pagamento e, muitas vezes, mais que o valor real de suas propriedades. Toda a economia norte-americana dos últimos vinte e cinco anos foi se construindo sobre os chamados “déficits gêmeos” (orçamento estatal e balança comercial exterior) que cresceram até chegar a cifras impronunciáveis.

Por isso, para funcionar normalmente, a economia norte-americana necessita que entrem no país a partir do exterior uma média de 3 bilhões de dólares diários em empréstimos, inversões diretas, compra de bônus do tesouro, remessas de lucros e royalties de filiais no exterior, etc. Se esta entrada se detivesse, a economia viria abaixo. Por isso, através de distintos mecanismos, os EUA atuam como um “aspirador” de toda uma parte da mais-valia extraída em outras regiões do mundo.

A dupla EUA-China
Neste sentido, é muito interessante analisar como vem funcionando, nos últimos anos, a dupla EUA-China como locomotiva do crescimento econômico mundial.

As empresas norte-americanas realizaram gigantescas inversões na China, destinadas basicamente à produção industrial, que passou de produtos simples (eletrodomésticos e têxteis) a outros cada vez mais complexos, como automóveis e maquinário. Aproveitam assim o fato de que o regime ditatorial chinês lhes garante um dos salários mais baixos do planeta (50 dólares mensais) para extrair uma gigantesca massa de mais-valia absoluta.

A China exporta esses produtos para todo o mundo, especialmente para os EUA (esta é uma das causas do aumento constante do déficit comercial exterior desse país). Grande parte dos lucros obtidos volta aos EUA, principalmente para comprar bônus do Tesouro. Atualmente, a China aparece como o principal possuidor desses bônus (com a incrível cifra de 900 bilhões de dólares), havendo deslocado amplamente o Japão do primeiro lugar. Dessa forma, financia-se o déficit estatal ianque e o circuito econômico dos EUA é realimentado.

No entanto, não devemos nos confundir: os EUA e a China não mantêm uma relação “igualitária”. Os Estados Unidos são o maior país imperialista do planeta e a China se transformou na maior semicolônia do mundo para este imperialismo.

Por outro lado, o crescimento econômico chinês (e também o da Índia) demanda quantidades cada vez maiores de matérias primas e assim sustenta bons preços no mercado para os alimentos, o petróleo e os minerais. Desta forma, outros países (como Argentina, Venezuela e Brasil) também se beneficiaram, de modo secundário e dependente, com este ciclo de crescimento econômico.

A gênese da situação atual
Neste marco, podemos dizer que o recente abalo dos mercados financeiros representa um “segundo episódio” da crise que o imperialismo conseguiu frear em 2000-2001. Ao mesmo tempo, expressa as conseqüências das políticas que o governo norte-americano implementou para frear essa crise.

Em março de 2000, uma bolha especulativa nos mercados de valores dos EUA foi esvaziada, pondo fim às teorias da “nova economia” baseada nas empresas de informática e internet (as “ponto-com”). Recordam-se ainda os memoráveis escândalos das quebras de Enron e Worldcom. Começou assim um processo recessivo no país, mas que pôde ser rapidamente revertido pelo imperialismo.

Nesse momento, o governo Bush adotou duas medidas principais. A primeira foi o aumento do orçamento militar e as inversões em tecnologia e produção bélica. Apesar dessa política (uma das razões do lançamento da “guerra contra o terror”), o déficit orçamentário aumentava ainda mais, e, ao mesmo tempo, dinamizava a economia através do impulso do poderoso complexo militar-industrial norte-americano.

Junto com isso, o Federal Reserve reduziu de 6,25 a 1% anual, entre 2001 e 2003, sua taxa de juros interbancária (referência de base para todas as operações de crédito). Isto gerou uma catarata de créditos baratíssimos sobre o mercado para impulsionar o consumo.

Essas medidas, somadas ao funcionamento da dupla com a China, permitiram reverter a recessão. Desde o final de 2002, a economia mundial começou a crescer a taxas muito superiores a de anos anteriores, dinâmica que se manteve até agora (o World Economic Outlook do FMI, tinha previsto um crescimento da economia mundial de 5,2% para 2007).

A bolha imobiliária…
Este trem lançado em alta velocidade corria sobre vias muito frouxas e com alto risco de descarrilamento, já que uma de suas bases era a bolha existente no mercado imobiliário e de construção civil dos EUA e de outros países. Segundo o economista Joseph Stiglitz: “aproximadamente 80% da alta do emprego e quase dois terços do incremento do PIB dos EUA, nos últimos anos, teve origem direta ou indiretamente no setor imobiliário”.

Os bancos incentivavam famílias e empresas a contrair créditos hipotecários baratos para comprar imóveis ou hipotecar sua casa e utilizar esse dinheiro para outros fins. A construção civil deu um salto impressionante e dispararam também os preços dos imóveis. Inicialmente, isto facilitava a renovação dos créditos e, por sua vez, atraiu novos capitais ao setor.

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Mas toda bolha especulativa tem um limite próprio: os novos imóveis construídos já não encontravam compradores. Estima-se que, em 2006, a venda de imóveis nos EUA teve uma queda de 30%. O que é corroborado por um agente imobiliário de Miami: “há uma grande quantidade de apartamentos à venda desde o ano passado. Mas não vi ninguém interessado em vê-los para comprar”. Logicamente, o preço dos imóveis começou a baixar: só no último ano caiu 10%. Isto significa que se alguém comprou uma casa a 100 (e pediu crédito para a compra), agora a casa vale apenas 90… apesar de a pessoa continuar devendo 100.

Para alimentar o mercado, os bancos começaram a ceder empréstimos a famílias que sabiam que não podiam pagar, ou que teriam muitas dificuldades para fazê-lo. Nasceram assim os chamados “créditos subprime” (literalmente de “segunda categoria”) que começaram a ser comercializados como bônus pelos bancos, ou seus intermediários, como a companhia imobiliária Countrywide. Esses bancos e companhias são os primeiros afetados pela crise.

Ao mesmo tempo, desde 2005, o FED foi aumentando gradualmente a taxa interbancária até 5,25%, aumentando assim os juros a pagar pelos créditos hipotecários, que são de “taxa variável”, aumentando com isso também a dificuldade de muitas famílias para pagá-los. Finalmente, também estão aumentando os impostos sobre os imóveis, o que leva muitas famílias e empresas a tentar vendê-los. Em um mercado cada vez mais saturado, isto origina uma queda maior dos preços, isto é, um círculo vicioso.

O esvaziamento da bolha imobiliária leva pelo menos um ano. No entanto, como denunciou o economista Paul Krugman, as empresas e bancos envolvidos no setor vinham “maquiando” seus registros do estado dos pagamentos de créditos e da avaliação de imóveis, no melhor estilo da “contabilidade criativa” (inventada anos atrás pela Enron e a Worldcom para atrasar sua queda inevitável). Mas a “criatividade” não pode ocultar a realidade: o importante banco de inversões Bear Stearns, acaba de suspender seu fundo de empréstimos hipotecários, pelas perdas sofridas.

Esta impossibilidade de pagar os créditos hipotecários terá fortes conseqüências sociais diretas. A Conferência de Prefeitos dos EUA, em uma carta dirigida recentemente ao Federal Reserve, advertiu para o fato de que “cerca de 2.000.000 de famílias norte-americanas poderiam ver suas casas sob risco de alienação nos próximos meses”.

Em outra expressão do tremor financeiro mundial, o francês BNP Paribás copiou durante um período o “corralito” implementado pelo ex-ministro argentino de Economia Domingo Cavallo, em 2001 (limitação a uma pequena soma fixa que os clientes podiam retirar de seus fundos, uma expropriação virtual deles), ainda que agora a situação tenha se “normalizado” graças aos fundos recebidos do governo francês.

As perspectivas
A questão mais difícil de analisar e prever com certeza é a das perspectivas que se abrem a partir de agora. A calmaria dos mercados financeiros obtida pelos governos imperialistas, ao custo de gigantescas quantidades de dólares, poderá ser sustentada no futuro, inclusive se for necessário injetar mais dinheiro? Ou, pelo contrário, trata-se de uma calma passageira que anuncia um novo crack financeiro mundial e um novo ciclo descendente da economia?

A primeira perspectiva foi sugerida pelo secretário do Tesouro do governo de George W. Bush, Henry M. Paulson: “os mercados são resistentes. Podem absorver essas perdas. Passamos por tempos difíceis no passado e enfrentaremos o desafio”. Evidentemente, ele fala da posição de quem pode destinar a esse objetivo centenas de bilhões de dólares, provenientes dos impostos pagos pelo povo norte-americano e do saque a muitos outros povos do mundo, e está disposto a fazê-lo. O “nós” merece um esclarecimento: em seu passado recente, Paulson foi o principal executivo do gigante financeiro de inversões Goldmam-Sachs. Em outras palavras: “faremos tudo o que for possível para nos salvar”.

A segunda perspectiva, um novo crack financeiro mundial e o início de um ciclo recessivo profundo, está colocada não só pelas contradições estruturais do capitalismo, mas também pelo agravamento dessas contradições e as profundas deformações que o sistema econômico mundial desenvolve de forma crescente. O que é impossível prever com seriedade é se estamos assistindo a suas primeiras manifestações ou se, pelo contrário, o imperialismo conseguirá, com montanhas de dinheiro, postergá-lo um pouco mais.

Abre-se assim uma terceira hipótese: que, através das “injeções”, o imperialismo consiga atrasar a crise, mas não manter a dinâmica de forte crescimento econômico mundial dos últimos anos. Neste caso, seria freada a fase ascendente da “montanha russa”, porém, em lugar de uma queda abrupta, teríamos um “platô” de nível baixo. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Japão, na década de 90, por vários anos: a economia cresceu a taxas muito baixas (entre 1 e 1,5%), mas sem cair em uma recessão aberta e profunda.

Finalmente, poderia ocorrer uma combinação da segunda com a terceira hipótese: que o “platô baixo” seja sustentado por um período relativamente curto (um ano ou pouco mais) para desembocar finalmente em crise e queda abertas.

Em qualquer dos casos, um fato resulta totalmente claro: o peso da crise, ou o custo necessário para atrasá-la (só até agora, cerca de 600 bilhões de dólares, com certeza será preciso mais no futuro), será descarregado pelo imperialismo e os governos, tantos os dos países centrais como seus lacaios dos países mais débeis, sobre as costas dos trabalhadores e os povos de todo o mundo.

Aqui entra um fator central para definir qualquer perspectiva econômica e as possibilidades do capitalismo imperialista de postergar a crise: a luta de classes. Neste terreno, a situação não parece muito auspiciosa para o imperialismo. A guerra do Iraque, em vez de assegurar o controle do petróleo desse país, se transformou em um pântano que demanda cada vez mais soldados e dinheiro. A resistência das massas latino-americanas ao saque e à exploração se mantém de modo constante. As lutas dos trabalhadores europeus contra os ataques de seus governos vêm aumentando. O governo Bush, inclusive nos EUA, depois do efeito boomerang causado pela situação no Iraque, vê seu poder cada vez mais debilitado. Ao mesmo tempo, as mobilizações dos trabalhadores imigrantes podem anunciar uma luta mais geral da poderosíssima classe operária norte-americana.

Tudo isso ocorreu sem que houvesse crise econômica, inclusive em um período de forte crescimento da economia mundial. É bastante provável, portanto, que os ataques que o capitalismo imperialista descarregará sobre os trabalhadores e os povos joguem mais lenha na fogueira dessas lutas, em um momento em que o imperialismo apresenta vários flancos débeis.

Voltando ao velho Marx, os capitalistas tratam de sair de sua crise aumentando a exploração dos trabalhadores, isto é, aumentando a extração de mais-valia absoluta. Para nós, isso significa que o fazem sobre nosso sangre e nosso suor. Preparemo-nos então para duríssimas lutas.