Passeata em Rouen, na França

CGT avalia que cerca de 3 milhões de franceses protestaram em todo o paísMesmo com o chamado Contrato do Primeiro Emprego em vigor desde o dia 2 de abril, os trabalhadores e a juventude da França voltaram às ruas neste dia 4, exigir o fim da lei que precariza os contratos para os trabalhadores com menos de 26 anos. Segundo as centrais sindicais que convocaram a jornada de lutas, as mobilizações deste dia 4 superaram as do último dia 28 de março, quando mais de 1 milhão de franceses foram às ruas.

A CGT divulgou que cerca de 700 mil pessoas foram às manifestações só em Paris. Na cidade de Marselha, mais de 250 mil pessoas foram às ruas. Os manifestantes chamavam a lei de “Chirac Président Epuisé” (Chirac Presidente Falido). Em todo o país, ainda segundo a central, cerca de 3 milhões de franceses protestaram contra a lei elaborada pelo primeiro ministro Dominique de Villepin e sancionada pelo presidente Jacques Chirac.

Um forte aparato policial acompanhou as manifestações. Apesar de não haver registros de repressão, a organização trotsquista LCR denunciou que policiais à paisana estavam se infiltrando entre os manifestantes, usando inclusive adesivos da organização.

Greve
A jornada de lutas contou ainda com uma forte greve que atingiu importantes setores públicos e privados. A paralisação atingiu servidores públicos (principalmente transportes), trabalhadores do setor de telecomunicações, bancos, energia, comércio e metalúrgicos. Assim como no dia 28 de março, trabalhadores da educação pararam e jornais não circularam no dia por conta da greve dos operários gráficos.

Manobra
A fim de esvaziar as sucessivas manifestações que crescem a cada dia, o presidente Chirac afirmou que iria propor emendas ao CPE, entre elas, diminuir o tempo mínimo para demissão sem justa causa de 2 para 1 ano. No entanto, isso não diminuiu a mobilização. Os manifestantes exigem a retirada integral da lei. O governo francês sofre um profundo desgaste por conta da lei do CPE. Segundo pesquisa divulgada pelo jornal L`Express, 45% da população defende a demissão do premiê Villepin.