No dia 29 de abril o curso de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP entrava em greve.
Em poucos dias o movimento se ampliou para os cursos de História, Ciências Sociais, Geografia e Filosofia que, em enormes assembléias, decidiram pela greve.
A pós-graduação numa inédita assembléia de quase cem alunos também aderiu ao movimento. Professores e funcionários declararam o apoio a greve.
Assim mais de 13 mil estudantes paralisaram as aulas e passaram a organizar assembléias e atos que chegaram a reunir centenas de alunos para reivindicar a contratação de mais professores.
A falta de professores na FFLCH é o maior exemplo da política de destruição das universidades públicas implementadas pelos governos estadual e federal.
Em uma década a faculdade perdeu 25% dos docentes, embora o número de alunos tenha crescido em mais de duas mil vagas, sem falar que nos próximos dois anos, podem se aposentar mais 112 professores.
A direção da faculdade reivindicou 115 novos professores nos próximos três anos – número muito inferior ao que os alunos e professores acreditam ser necessário – e obteve da Reitoria da USP, que é responsável pela contratação, apenas 12 professores!
O movimento já realizou uma série de atos e aulas públicas dentro e fora da USP. A Reitoria, embora acuada, ainda está longe de aceitar as reivindicações. É fundamental ampliar o movimento em defesa da universidade pública, realizando atividades que reúnam toda comunidade universitária.
Uma iniciativa possível, neste sentido, seria a realização de um grande ato na Assembléia Legislativa para exigir a abertura imediata de concurso público para professores e mais verbas para o ensino público.
Somente a luta dos estudantes, junto com professores e funcionários pode barrar a destruição da Universidade Pública