O Avanço da Direita é responsabilidade da Reitoria e do antigo DCEA manhã do dia 27 mal chega e já traz consigo a infeliz notícia de que a história regride na nossa universidade. Com o gosto amargo a esquerda tem de engolir que, com 22,13% dos votos e por 182 votos de diferença, a chapa 8 é eleita para o DCE da UnB. Com o nome de Aliança pela Liberdade e com origem na luta contra a greve dos professores, com a então UEI – União dos Estudantes Independentes esse grupo chega para defender a privatização da educação, a PM no CAMPUS e dizer não à paridade. A manhã do dia 27 é anunciada com a notícia de um retrocesso na UnB.

Os últimos 2 anos foram marcados quase que por uma apatia na nossa universidade diante dos temas que hoje são plataforma do novo DCE. Em 2008 a vitoriosa ocupação da reitoria conseguiu em 13 dias derrubar toda a administração da universidade que estava envolvida nos escândalos de corrupção; conquistar a paridade e questionar a ordem no dia a dia da UnB. Diante disso são eleitas novas gestões para a reitoria e o DCE. A reitoria recredencia a FINATEC, mantém a PM no campus e reforçando essa relação, além de não convocar o congresso estatuinte para definir a paridade na universidade. Um DCE apático contribuiu para que a consciência diante desses temas também seja retrocedida.

A esquerda se divide!
Vivemos sob uma realidade de precarização na universidade com a estrutura sucateada que alaga e destrói 30 anos de pesquisa em 30 minutos; obras nos novos campi que nunca saem do papel, corte de verbas da educação além da falta de segurança e uma expansão que não tem dado certo. Diante de tudo isso a tarefa da esquerda seria se unificar para tornar o DCE independente de reitoria e governos e fazer avançar nas lutas cotidianas. Os estudantes da ANEL que participaram da chapa 2 reivindicaram essa unidade já no começo desse semestre por entender que não é por auto-construção que se muda a realidade da universidade, muito menos com sectarismo.

O resultado dessas eleições demonstra que a política mesquinha de não aceitar a unidade (chapa 5) e que só consegue olhar para o próprio umbigo leva o conjunto dos estudantes à derrota. Isso é um reflexo do giro sectário que a CST/PSOL tem realizado em nível nacional. Tivemos uma eleição onde várias chapas apresentavam as mesmas propostas e que algumas outros até tinham as mesmas avaliações (chapa 2 e 5). Isso se comprovou como uma irresponsabilidade de não conseguir perceber as necessidades maiores de luta e construção coletiva do conjunto dos estudantes.

Parabenizamos a chapa 5, o JUNTOS/PSOL, Vamos à Luta/CST e da UJC/PCB pela quantidade de votos que expressaram o espaço à esquerda que existe hoje na universidade e sabemos que todos esses votos só foram possíveis com a militância de aguerridos estudantes que se encontraram no interior dessa chapa. Mas não temos acordo com a avaliação desses/as camaradas de que o resultado é uma vitória. Como pode ser uma vitória termos agora um DCE que defende a repressão? Um DCE que defende a estrutura anti-democrática na UnB? A vitória não é um troféu que se carrega só, mas um sentimento que se compartilha com todos/as.

O resultado mostrou que em número de votos a esquerda unificada teria sido vitoriosa. Mas a política não é matemática e entendemos que uma chapa unificada poderia ter sido um pólo de atração para todos os setores descontentes com o DCE, a reitoria e o governo. Como podemos exigir a confiança dos/as estudantes se nem mesmo conseguimos fortalecer nossas convergência em detrimento das diferenças e sermos responsáveis com o movimento como um todo? Temos a certeza de que uma chapa de oposição unificada que contivesse os estudantes e programas das chapas 2 e 5 e também da 7 teria conseguido, juntas, mais votos que separadas.

Daqui pra frente é construir uma oposição UNIFICADA!
Daqui pra frente tudo tem de ser diferente! A UnB exige uma oposição de esquerda responsável e que esteja preocupada com os estudantes. Por isso dissemos: Paz entre Nós, Guerra Aos Senhores! Pela construção de uma oposição unificada entre a esquerda com os estudantes que estiveram nas chapas 5, 7 e 2 e todos os demais que estiverem dispostos em unificar suas forças por um movimento independente e de luta que derrote, no debate de opinião, a PM no campus, conquiste a paridade e garanta mais investimento em educação. Vamos juntos dar as mãos pela UnB!

A última vez em que vimos a esquerda unificada a reitoria, com indícios de corrupção, foi derrotada e uma nova etapa se abriu na universidade. Agora é hora de resgatar essa história para trazer de volta o futuro nessa universidade. Não ao retrocesso!

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