Diversidade de eorganizações e entidades de luta foi uma das marcas do ato
Kit Gaion

Acabou com uma caminhada pelo centro de São Paulo o ato classista desse 1º de Maio. A manifestação, convocada por Conlutas, a Intersindical, Pastorais Sociais, MTST, MST, PSTU, PSOL e PCB, reuniu cerca de 2 mil pessoas.

Na Praça da Sé, os trabalhadores e a juventude resgataram o significado do Dia Internacional de Luta do Trabalhador, repudiando o caráter festivo e governista dos atos das centrais pelegas – CUT e Força Sindical.

José Maria de Almeida, o Zé Maria, da Conlutas iniciou sua fala denunciando o massacre do povo haitiano pelas tropas da ONU, comandadas pelo Exército brasileiro. Lá, os trabalhadores foram impedidos de fazer atos. O povo do país caribenho está em meio a um processo de mobilização radicalizada contra a alta dos alimentos e vem sofrendo dura repressão. Zé Maria chamou uma salva de palmas para o povo do Haiti e uma vaia para Lula.

Ele denunciou a política do governo Lula também no Brasil, que eleva os preços e arrocha salários, que retira direitos dos trabalhadores e dá dinheiro a banqueiros e empresários. Ressaltou, ainda, a importância e “a necessidade de se manter em luta para conseguir aumento de salários, aumento para os aposentados, saúde, educação, moradia”. Ao final, Zé Maria fez um chamado à unidade dos trabalhadores, fazendo “avançar a organização, unindo Conlutas, Intersindical e os setores combativos da classe”.

Dirceu Travesso, representando o PSTU, lembrou a lutas dos trabalhadores na América Latina. Também fez uma saudação aos trabalhadores da construção civil de Fortaleza, em greve há dez dias. Dirceu denunciou o imperialismo norte-americano. “Os portuários pela costa Oeste americana fazem hoje um dia de paralisação contra a guerra de Bush e a ocupação do Iraque e do Afeganistão”, disse.

“É com alegria que nesse primeiro de maio a gente vai dizer que a esquerda expressa na luta e na mobilização a possibilidade de apontar a questão do socialismo que é a salvação pra essa sociedade que nós vivemos”, falou. Expressando a opinião do partido, disse que existem duas tarefas decisivas no próximo período: “ombro a ombro, como nós estamos fazendo nas mobilizações de enfrentamento, nas lutas e ocupações, nas greves e nas campanhas salariais, construir a resistência e a luta da classe da trabalhadora, e dentro disso, apostar, no próximo período, na necessidade construir uma ferramenta com os vários setores”.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos enviou um representante ao ato, pois estava acontecendo manifestação na cidade, no mesmo horário. Renatão, diretor da entidade, falou aos presentes sobre os ataques da General Motors, maior multinacional do mundo, que tenta implementar banco de horas e reduzir salários.

Helena, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), destacou a diversidade de bandeiras e reivindicações representadas no ato. Para ela, isso expressa a “possibilidade e, mais que isso, a necessidade da união dos trabalhadores e trabalhadoras”.

Também falaram representantes das pastorais, da Intersindical e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O ato também teve apresentações culturais que lembraram os 40 anos do 1º de maio de 1968, quando operários expulsaram os pelegos e o governador biônico do palanque. Ao final, todos saíram em caminhada pelo centro da cidade, cantando palavras-de-ordem.

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