Existem candidaturas da esquerda do PT neste segundo turno.

Em Porto Alegre, o PT está à frente da Prefeitura há 16 anos. Qual é a diferença de qualidade da campanha do petista gaúcho Raul Pont, para a de Marta Suplicy? As duas têm o mesmo eixo: “Marta que faz”, “Raul faz, e faz bem”, tudo copiado de outra campanha feita no passado por Duda Mendonça (“Maluf que faz”).

Qual a diferença entre o projeto nacional político da esquerda petista e a do governo Lula? A esquerda petista ainda fala de socialismo em seus documentos internos, mas apóia e integra o governo Lula. A Democracia Socialista, à qual pertence Raul Pont, faz parte do governo com o ministro da Reforma Agrária, Miguel Rosseto.

A executiva do P-SOL, em sua última reunião, definiu-se por uma posição envergonhada de apoio a Raul Pont. A resolução se apóia explicitamente na posição da deputada Luciana Genro, de chamar ao voto “contra Fogaça” (candidato do PPS que concorre contra o PT), que pode tanto levar ao apoio explícito a Raul Pont como ao voto nulo. Mas, na realidade, já estão discutindo como apoiar a candidatura do PT, inclusive se vão aparecer no programa de TV. No primeiro turno, quando poderiam ter apoiado uma alternativa revolucionária como o PSTU, o P-SOL chamou o voto nulo. No segundo turno, quando não existem alternativas reais de esquerda, apóia o PT.

O P-SOL também estará ao lado do governo em Fortaleza, apoiando Luzianne Lins (PT), que foi vetada pela direção do PT no primeiro turno. Em sua campanha, no entanto, não fez nenhuma crítica ao governo federal. E agora, muito menos, quando será a sua candidata. O P-SOL terá, como companhias ilustres no palanque de Luzianne, o PPS, o PDT e uma parte do PMDB.

Não se trata de “alguns erros” do P-SOL, mas de um partido que não tem fronteiras de classe, podendo apoiar candidaturas governistas. Ou ainda pior: em Goiânia, o vereador Elias Vaz, do P-SOL e dirigente de uma cooperativa dos perueiros, que apóia ativamente a candidatura de Íris Rezende (PMDB).

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