Enquanto acontecia a concentração para a manifestação unificada do Dia Nacional de Luta em São Paulo, Paulinho, presidente da Força Sindical, e Artur Henrique, presidente da CUT, posavam ao lado de Guido Mantega. O ministro da Fazenda de Lula anunciava à grande imprensa a prorrogação da isenção do IPI às montadoras por mais três meses. O acordo entre a indústria automobilística, o governo Lula e as centrais sindicais governistas isenta os grandes empresários do pagamento de impostos. São verbas públicas que com certeza faltarão no orçamento das áreas sociais e para honrar os acordos salariais com o funcionalismo federal, como já revela o corte orçamentário para a educação de R$ 1,2 bilhão.

A CUT e a Força Sindical tentam convencer os trabalhadores de que esse acordo é positivo, pois garantirá três meses de estabilidade no emprego. Na verdade, eles escondem dos trabalhadores que os patrões, mesmo nesse curtíssimo período, podem abrir programas de demissão voluntária e não renovar contratos temporários. Nada garante que, terminados os três meses de renovação da isenção fiscal do IPI, essas mesmas montadoras não realizem demissões em massa, como fez a Embraer.

Só a luta pode evitar demissões
Só a mobilização dos trabalhadores pode realmente impedir e reverter a onda de demissões. Chamamos a CUT e a Força Sindical a construir coletivamente uma paralisação nacional de um dia, como foi feita na França, para exigir do governo Lula uma medida provisória que garanta estabilidade no emprego e acabe com as demissões imotivadas e coletivas.

Essas centrais, em vez de estarem reunidas com o ministro da Fazenda para defender isenção fiscal aos patrões, deveriam se empenhar em mobilizar sua base. Afinal, infelizmente, a CUT sequer realizou alguma mobilização na sua base mais tradicional, os metalúrgicos do ABC.

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    Post author André Freire, da Direção Nacional do PSTU
    Publication Date