Ato internacionalista percorreu as ruas de São Paulo
Diego Cruz

Depois de realizar um vitorioso congresso, entre os dias 28 a 30 de abril, a CSP-Conlutas promoveu um Ato Nacional neste 1º de maio em São Paulo.

A concentração ocorreu no vão livre do Masp, às 10h. Depois de um breve ato político, os manifestantes marcharam pela Avenida Paulista e desceram a rua da Consolação até a igreja, onde finalizaram o evento.

A passeata reuniu aproximadamente 2.500 pessoas, segundo os organizadores. A imprensa chegou a relatar 4 mil. Na sua maioria delegações nacionais que participaram do congresso da central. Entre eles, trabalhadores da hidrelétrica de Belo Monte, da Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), ambos em greve; metalúrgicos de São José do Campos, trabalhadores rurais de Brasiléia e Xapuri (AC), bancários do Rio Grande do Norte, professores e representações quilombolas de diversos Estados, metroviários de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, servidores públicos federais, estaduais e municipais, operários de Suape (PE), rodoviários e operários da construção civil de Fortaleza (CE), operários da construção de Belém, movimentos populares de São Paulo, moradores do Pinheirinho, movimentos LGBT, de mulheres e da luta negra, entre muitos outros movimentos e categorias.

José Maria de Almeida, presidente nacional do PSTU, lembrou em sua fala da crise sem precedentes que o mundo vive. Mas também lembrou que “as lutas e revoluções no Norte da África e a resistências dos trabalhadores europeus contra os ataques dos governos também não tem precedentes”, .

Lembrou ainda que no Brasil, embora os efeitos da crise ainda não sejam evidentes, a situação social é de extrema desigualdade. “Temos que ver além da propaganda. É justiça social o que aconteceu no Pinheirinho? É justiça social as condições de trabalho dos operários das obras do PAC e Belo Monte? O que vemos é a maior degradação das condições de vida enquanto aumentam os lucros das grandes empresas e dos bancos”, denunciou.

A professora Amanda Gurgel, do PSTU, também lembrou a criminalização dos movimentos sociais e os episódios em que a justiça tomou decisões contra o povo pobre. Lembrando da corrupção do judiciário em seu estado, o Rio Grande do Norte, a professora desabafou: “Muitos bandidos que se escondem debaixo de suas togas e nos tribunais não tem mora pra julgar ilegais as greves dos trabalhadores” .

Um 1º de maio internacionalista
Sem dúvida, um dos maiores destaques ficou para a presença de várias delegações estrangeiras no protesto. Estiveram presentes delegações do Egito, França, Chile, Costa Rica, Inglaterra, Haiti, Paraguai, Espanha, África do Sul, Senegal, Argentina, Benin, Peru, México, Uruguai, Canadá e Alemanha.

O representante do Union Solidaires, Christian Mahjeux, da França, destacou a importância da unidade internacional dos trabalhadores. “É preciso mobilizar com unidade internacionalmente a classe trabalhadora. É dessa unidade que precisamos”, disse.

Junto com a CSP-Conlutas, o Solidaires é umas das organizações que está chamando a Reunião Internacional, que será realizada nos dias 2 e 3 de maio em São Paulo. A reunião pretende criar oportunidade para que diversos lutadores do mundo todo possam trocar suas experiências.

Por fim, o ato foi encerrado pela fala de Fatma Ramadan, do Egito, que saudou os trabalhadores do Brasil e ressaltou o perfil classista e internacionalista da central. A egípcia é presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores de Giza, e membro do comitê de direção da Federação dos sindicatos independentes do Egito. “No Egito também sofremos com as demissões em massa e as terceirizações que retiram direitos. O capitalismo quer que paguemos a conta da crise. A revolução no Egito deve se espalhar pelo mundo para combater esses ataques”, disse.

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