Geovani Pereira, do Rio de Janeiro

A realidade do país segue tendo como pano de fundo uma combinação entre a pandemia e uma profunda crise econômica, social e política. Tudo comandado pelo governo genocida, ultraliberal e autoritário de Jair Bolsonaro. Estamos nos aproximando das 100 mil mortes, em números subestimados e sem sinal de queda. O serviço de saúde vive uma crise sem fim. São milhares de trabalhadores da saúde que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus e, ainda assim, muitos estão com seus salários atrasados, sem contar os outros problemas crônicos, como a falta de EPI’s.

Nesta crise, quem mais sofre são os pobres e os negros. No Rio de Janeiro, um levantamento da prefeitura mostrou que, na Cidade de Deus, 28% da população foi infectada com o vírus. Nos bairros Rio das Pedras e Rocinha, também localizados na cidade do Rio, cerca de 25% da população contraiu o vírus. Estes dados são uma pequena demonstração de como a pandemia atinge a população pobre e negra das periferias e favelas. Soma-se a isso os altos níveis de desemprego, os inúmeros ataques do governo Bolsonaro e dos patrões, que continuam a retirar nossos direitos.

A primeira tarefa é organizar e unir as lutas contra os governos e a patronal. Somos a favor de toda unidade de ação para derrotar e, se possível, derrubar Bolsonaro e sua corja. Apoiamos a construção de uma Frente Única para defender a classe trabalhadora contra os ataques da classe dominante. E mais, é necessário cercar de solidariedade as lutas e greves que existirem e defender a luta dos trabalhadores de aplicativos, dos indígenas; a greve dos professores em defesa da vida e contra a volta às aulas no meio da pandemia, dentre outras. Contudo, é preciso construir a mobilização de maneira unificada. É necessário debater, nas bases das categorias e movimentos, a necessidade da unidade para lutar e a preparação de uma Greve Geral. Nesse sentido, o dia 7 de agosto, apontado como Dia Nacional de Luta, em continuidade ao dia 10 de julho, será um passo fundamental nesse processo.

Os sindicatos estão votando em suas bases e organizando as mobilizações no dia 7 no país inteiro. No Rio, sindicatos de categorias como petroleiros, comerciários da Baixada Fluminense, metroviários e correios já então discutindo com suas bases as atividades que irão realizar nesse dia. Os petroleiros estarão transmitindo, ao vivo, as mobilizações que ocorrerão em suas bases. As centrais sindicais, reunidas no dia 3 de agosto, definiram por realizar um ato simbólico em virtude das 100 mil mortes pela Covid-19, que ocorrerá no dia 7 de agosto em frente ao Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial – Monumento dos Pracinhas, às 16 horas. Este ato será a culminância do processo que vai ocorrer pelas bases das categorias ao longo deste dia de lutas.

Nós do PSTU, esperamos que não se repita o que ocorreu na Jornada pelo Fora Bolsonaro, em julho, em que vários setores do movimento recuaram na “hora H”, em que somente a CSP-Conlutas garantiu as atividades marcadas para aqueles dias de protesto. Este é o momento em que precisamos do máximo de unidade na luta para colocar para Fora Bolsonaro e Mourão e toda sua turma.

É uma luta para garantir nossas vidas, a quarentena geral, renda e emprego. Rumo à construção de outra sociedade. Uma sociedade socialista!