Nos dias 6 e 7 de outubro aconteceram as eleições para diretoria do Sindicato Metabase Inconfidentes, que representa os trabalhadores da mineração das cidades das cidades de Congonhas, Mariana e Ouro Preto em Minas Gerais.

As eleições foram marcadas pela disputa entre a Chapa 1, da Conlutas, que defendeu a manutenção de um sindicato de luta e independente dos governos e patrões, e a Chapa 2, da CUT, que pretendia retomar o sindicato para colocá-lo a serviço de acordos com as empresas mineradoras.

A Chapa 1 foi composta pelos companheiros que mais se destacaram na última gestão do sindicato, e também por 20 novos companheiros, que são hoje os melhores ativistas e cipeiros das minas.

Já a Chapa 2, foi apoiada pela Vale, em aliança com a prefeitura do PT e a CUT. A empresa orientou os supervisores a chamarem o voto na Chapa 2, e fez tudo o que pôde para derrotar o sindicato. A prefeitura pressionou integrantes da Chapa 1 a saírem da chapa e integrarem a Chapa 2. Já a CUT emprestou seu nome e deu a direção política da campanha da Chapa 2. Por isso ela ficou conhecida como “a chapa do patrão”.

Trabalho recompensado e desafios
O resultado deixa clara a opinião dos trabalhadores, que em sua esmagadora maioria aprovaram o trabalho realizado pela diretoria nos últimos três anos, de recolocar o sindicato no rumo da luta, e impediram a volta de antigos pelegos.

Desde 2006, quando ganhou o sindicato do pelego Eurides, a direção vem reconstruindo o sindicato, realizando uma luta sem trégua em defesa dos direitos dos trabalhadores, retomando os laços com a categoria e os movimentos sociais da cidade. As eleições foram apenas a culminação desse trabalho.

Os companheiros vão ter nos próximos três anos o desafio de travar uma luta nacional contra os ataques que a Vale vem fazendo contra os trabalhadores, além de fortalecer a organização de base do sindicato, que precisa estar mais presente dentro das minas.
Agora, a Conlutas e o grupo União e Luta devem se preparar para repetir esta vitória em Itabira, e nas demais eleições que estão por vir. Nela estará colocada a disputa pela direção dos principais sindicatos
da categoria.

Post author Valério Vieira, de Congonhas (MG)
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