Detalhe do protesto

Cerca de 80 manifestantes pararam a sessão da Câmara Municipal de São Bernardo do Campo (SP) contra o aumento de salário votado pelos vereadores. O ato foi convocado pela CSP-Conlutas, ANEL e TLS (Trabalhadores na Luta Socialista) para exigir que os vereadores abram mão do seu aumento de salário e invistam essa verba em alguma área de interesse social. Estavam presentes funcionários municipais, estudantes secundaristas e universitários, professores da rede estadual e operários e militantes do PSTU e do PSOL.

Os membros da Casa não quiserem ceder a fala a nenhum representante das entidades, mas por conta das palavras de ordem exigindo o espaço à fala, tiveram que ceder e suspenderam a sessão para se reunirem com os manifestantes.

Na reunião, o presidente da Câmara Hiroyuki Minami (PSDB) alegou que, na verdade, os vereadores não votaram o seu aumento, só ratificaram a decisão do aumento dos parlamentares feito na esfera federal e que o aumento ainda não se concretizou, pois o dinheiro está num fundo de reserva. Rafael Nascimento, militante da ANEL e do PSTU, alegou que se o reajuste era responsabilidade do Governo Federal, que os vereadores abrissem mão deste aumento de salário . Exigência para a qual não houve nenhuma resposta direta pelos vereadores. Fernando, professor da rede estadual de São Paulo e militante do PSTU, denunciou a falta de participação popular nessa discussão e disse que era necessária uma audiência pública.

E ainda mais denúncias surgem. Esta semana sairá o edital de reforma do prédio da Câmara Municipal da cidade, que custará R$ 36 milhões. Isso fez parte das denúncias na reunião, para o que também não houve resposta.

Os vereadores mais uma vez mostraram a falta de diálogo com os trabalhadores e estudantes e como a Casa se coloca muito distante das necessidades da população. Novas iniciativas serão preparadas, pois todos que foram ao ato saíram com a disposição de seguir na luta contra os abusos dos parlamentares de São Bernardo do Campo, exigindo a revogação do aumento e agora a suspensão dessa reforma milionária.