Neste dia 22 de março o plenário da Câmara dos Deputados repetiu a dose dupla de pizza e absolveu, novamente, mais dois mensaleiros. Os deputados Wanderval dos Santos (PL-SP) e João Magno (PT-MG), acusados de se beneficiar do dinheiro do Valerioduto, foram absolvidos por seus colegas.
A Câmara armou o circo para a votação dos pareceres do Relatório do Conselho de Ética que sugeria a cassação dos mandatos. Para dificultar ao máximo a degola, os parlamentares esvaziaram o plenário – são necessários 257 votos a favor para que haja a cassação. Tal artimanha foi coordenada pelo próprio presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB).
O primeiro deputado delinqüente a ser absolvido nesse dia foi Wanderval Santos, pupilo do ex-deputado conhecido como Bispo Rodrigues, parlamentar que cresceu na política através da Igreja Universal e que renunciou ao mandato em 2005. Wanderval, também bispo da igreja de Macedo, recebeu R$ 150 mil das contas de Marcos Valério, sacados pelo seu motorista particular. O deputado tentou se defender afirmando que o verdadeiro culpado era o seu ex-chefe Bispo Rodrigues.
Quando o relatório do Conselho de Ética foi lido, o plenário se encontrava às moscas. Na votação, 242 deputados aprovaram o relatório pela cassação contra 179 que absolviam Wanderval. Mais tarde, foi a vez do petista João Magno ser julgado em plenário, e aí a pizza foi até mais explícita. O deputado que recebeu R$ 426 mil do Valerioduto foi absolvido com 207 votos a seu favor, contra 201.
Rodízio
Com a absolvição dos réus confessos, o Congresso aumenta a cada vez maior pilha de pizzas, em que já se encontram Pedro Henry (PP), Professor Luizinho (PT), Roberto Brant (PFL), Romeu Queiroz (PTB) e Sandro Mabel (PL), sem contar os que renunciaram pra fugir da cassação e os que já foram absolvidos no próprio Conselho de Ética, como Eduardo Azeredo (PSDB).