A Vale apresentou, no dia 21, uma proposta de licença remunerada a 19 mil funcionários. A empresa condicionou a garantia de emprego – até maio – à aceitação da licença, com redução de 50% do salário. Até o momento, cinco dos dez principais sindicatos aceitaram a proposta. Os sindicatos ligados à Conlutas não aderiram.
Valério Pereira, diretor do Sindicato Metabase de Congonhas, Ouro Preto e Região, diz que a licença remunerada é inaceitável. “No mesmo dia que propôs a licença, a diretoria da Vale aprovou o repasse de US$ 2,5 bilhões para os acionistas, 25% a mais do que em 2008”, justifica.

Os trabalhadores da Vale fizeram o primeiro protesto do ano contra as demissões no dia 8 de janeiro, na cidade de Itabira. Ali, onde nasceu a empresa, um grande ato reuniu mais de 2 mil pessoas. Foi organizado pelo sindicato Metabase, que representa os trabalhadores das minas e é filiado à Conlutas, e pela Frente em Defesa do Emprego, com apoio de sindicatos, associações, igrejas e partidos.
No dia 11 de fevereiro, haverá um ato em frente à sede da Vale, no Rio de Janeiro, com trabalhadores de todas as unidades. No dia 12 de fevereiro, será realizado um protesto em frente à Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) contra as demissões e a flexibilização.

Em são josé, 3 mil na rua
A General Motors começou o ano demitindo 802 trabalhadores, após as férias coletivas. A reação do sindicato foi imediata, com assembléias, protestos e uma escalada de paralisações. Na mesma semana, parou duas vezes a produção, por uma e duas horas. A GM demitiu um diretor, mas o sindicato e a Conlutas realizam uma forte campanha contra as demissões e a flexibilização de direitos.

A campanha organizou um ato nacional em São José dos Campos, na manhã do dia 24. Cerca de 3 mil pessoas, entre elas muitas famílias de metalúrgicos, se reuniram na Praça Afonso Pena, no centro, para dizer não às demissões e à redução de salários e direitos.

Além do Sindicato dos Metalúrgicos, participaram diversas entidades sindicais, estudantis e populares, Conlutas, Intersindical, PSTU, PSOL e parlamentares. Vivaldo Moreira, diretor do sindicato de São José e que concorre à presidência nas próximas eleições da entidade, lembrou a luta de 2008 contra o banco de horas. “Se tivesse passado o banco de horas, a GM demitiria e permaneceria o banco de horas”, disse. O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas estava representado pelo seu presidente, Jair dos Santos, da Intersindical.

Da praça os manifestantes seguiram em caminhada até o calçadão da Rua 7 de Setembro, chamando a atenção do comércio e da população.

Os metalúrgicos prometem ir em caravana a São Paulo no dia 12 de fevereiro, para um ato em frente à sede da Fiesp.

Post author Diego Cruz, enviado especial a Itabira, e Luciana Candido, do Portal do PSTU
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