Cinco da tarde do dia 04. No parque da Redenção, em Porto Alegre, milhares de companheiros vindos das conferências, seminários e oficinas do Fórum Social Mundial se concentravam para realizar uma grande manifestação que não estava prevista na programação oficial: a passeata que lançou a campanha contra a ALCA em toda a América Latina e, no Brasil, deu o pontapé inicial para o plebiscito de 02 a 07 de setembro.
Menos de uma hora depois saíam cerca de 15 mil pessoas em direção ao Mercado Público da cidade. Brasileiros, argentinos, equatorianos, colombianos, venezuelanos, cubanos, americanos, enfim, trabalhadores de toda América gritavam numa só voz: não à ALCA!
A passeata percorreu o centro de Porto Alegre, sendo muito bem recebida pela população do alto dos edifícios com aplausos e acenos.
Um dos pontos altos desta receptividade foi quando passamos pela ocupação de um prédio pelo movimento dos sem teto, onde se via bandeiras vermelhas estendidas nas janelas e na sacada um grupo puxando palavras de ordem em defesa do direito à moradia.
Quando chegamos à praça do mercado éramos mais de 20 mil pessoas. O ato tem início com a palavra de João Pedro Stédile, do MST, que em nome da coordenação nacional da campanha do plebiscito apresentou os representantes de várias das organizações que a compõe, dentre elas o PSTU.
Depois de João Pedro, falaram os representantes de vários países latino-americanos e um representante dos Estados Unidos em nome da campanha contra a ALCA. Fizeram uso da palavra ainda o prefeito de Porto Alegre, Tasso Genro (PT), o governador do Amapá, João Capiberibe (PSB), pela Central Única dos Trabalhadores do Brasil falou Kjeld Jacobson e encerrando o ato falou o governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra. No final foram queimados dois bonecos: um de FHC e outro de Bush.